Analfabetismo persiste como desafio educacional na Bahia: Pandemia agrava situação
Entre 2019 e 2021, o número de crianças de 6 e 7 anos de idade que não sabiam ler e escrever aumentou de 1,4 milhão para 2,4 milhões
Um novo relatório divulgado pelo movimento Todos pela Educação revela que o estado da Bahia enfrenta um aumento preocupante nos índices de analfabetismo, com implicações significativas para a população em idade escolar e para a cidadania plena. A pandemia do novo coronavírus exacerbou essa realidade, especialmente entre as crianças mais jovens.
De acordo com os dados mais recentes, entre 2019 e 2021, o número de crianças de 6 e 7 anos de idade que não sabiam ler e escrever aumentou de 1,4 milhão para 2,4 milhões. Esse aumento representa um desafio considerável para as políticas educacionais no estado, uma vez que a alfabetização precoce é crucial para o desenvolvimento futuro das habilidades de leitura e escrita.
Ana Carolina, uma moradora de Castro Alves, no interior da Bahia, compartilhou sua história como exemplo desse desafio. Aos 36 anos, ela enfrenta dificuldades significativas devido ao seu analfabetismo, que a impede de buscar emprego e contribuir financeiramente para sua família. Sua determinação em proporcionar uma educação adequada para sua filha de 10 anos destaca a importância de romper o ciclo do analfabetismo através de iniciativas educacionais eficazes.
Os dados também destacam disparidades socioeconômicas e raciais, com crianças de famílias mais pobres e pertencentes a minorias enfrentando maiores dificuldades no processo de alfabetização. Essa realidade reforça a necessidade de políticas educacionais que abordem não apenas a alfabetização básica, mas também as desigualdades estruturais que perpetuam o analfabetismo.
Especialistas enfatizam a importância de abordagens de alfabetização que estejam alinhadas com as práticas sociais de leitura e escrita das comunidades locais, além de investimentos em formação continuada para professores.