Anderson Ninho cobra coerência e defende recursos federais para viabilizar “tarifa zero” em Salvador
O vereador Anderson Ninho (PDT) voltou a cobrar coerência no debate sobre a implantação da “tarifa zero” no transporte público de Salvador. Segundo o parlamentar, a proposta só será viável se o governo federal garantir recursos para subsidiar a gratuidade total das passagens.
Durante discurso na Câmara Municipal, Ninho destacou que apoia o projeto, mas reforçou que o custo do sistema de transporte torna impossível a execução sem apoio de Brasília.
“Tem de haver subsídio federal. Só quem faz contas sabe que o que o prefeito falou é verdade, e que ele realmente quer uma tarifa zero. Mas que tragam esse subsídio, porque nós vereadores também estudamos para isso. Não é chegar aqui e falar por falar”, declarou.
O vereador ainda questionou por que capitais administradas pelo PT, como Belém, Teresina, Recife, São Luís, Fortaleza e João Pessoa, ainda não implementaram o modelo de gratuidade total.
De acordo com levantamento da Associação Nacional das Empresas de Transportes Urbanos (NTU), o Brasil possuía, até meados de 2025, 154 municípios com algum regime de tarifa zero, total ou parcial. Desses, 127 oferecem gratuidade em todo o sistema e em todos os dias da semana.
A maioria, no entanto, é composta por cidades com menos de 100 mil habitantes — o que demonstra a dificuldade de aplicar a medida em grandes centros urbanos.
Em Salvador, o prefeito Bruno Reis já afirmou que a implantação integral da tarifa zero exigiria alto investimento. O custo anual do transporte público da capital baiana é estimado em R$ 1,03 bilhão, e a prefeitura já subsidia parte do valor da passagem.
Atualmente, há diferença entre a tarifa técnica — o custo real do serviço — e o valor cobrado do usuário. Esse subsídio parcial gira em torno de R$ 0,42 por passagem.