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Redação 20 de Janeiro, 2025
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Após denúncias de maus-tratos, BYD intensifica vigilância sobre funcionários na fábrica da Bahia

Bahia
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Redação 20 de Janeiro, 2025

De acordo com a denúncia, os trabalhadores viviam em alojamentos insalubres, com iluminação inadequada e excesso de pessoas por espaço

A BYD, líder global na fabricação de carros elétricos, intensificou a vigilância sobre os funcionários que atuam na instalação de sua fábrica em Camaçari, na Bahia, após a divulgação de denúncias de maus-tratos a operários chineses. Segundo apuração exclusiva, a empresa implementou câmeras de monitoramento em áreas administrativas e nos galpões de obras, além de proibir o registro de fotografias nesses locais.

Outra medida foi a instalação de um software que insere uma marca d’água nos arquivos gerados por computadores da empresa, identificando o nome do usuário, o equipamento utilizado e a data. Em e-mail enviado aos funcionários no dia 18 de dezembro, a BYD informou que a iniciativa foi conduzida pelo “departamento de Tecnologia da Informação da China” para evitar vazamentos de informações.

Essas ações foram adotadas semanas após a Agência Pública revelar, em novembro de 2024, que operários chineses trazidos pela empresa estavam sendo submetidos a condições precárias de trabalho. De acordo com a denúncia, os trabalhadores viviam em alojamentos insalubres, com iluminação inadequada e excesso de pessoas por espaço. Além disso, havia relatos de jornadas de até 12 horas, ausência de equipamentos de proteção individual e agressões físicas em casos de atrasos ou descumprimento de ordens.

No dia 23 de dezembro, menos de um mês após a divulgação do caso, o Ministério Público do Trabalho (MPT) resgatou 163 operários chineses. Eles haviam sido contratados pela Jinjiang Group, uma das três terceirizadas chinesas responsáveis pela montagem da fábrica da BYD na Bahia.