Brasil registra 17 casos confirmados de intoxicação por metanol

O Ministério da Saúde confirmou, nesta segunda-feira (6), 17 casos de intoxicação por metanol no Brasil. O país soma 217 notificações relacionadas ao consumo de bebidas alcoólicas adulteradas, das quais 200 ainda estão sob investigação.

O estado de São Paulo concentra a maior parte dos registros, com 15 confirmações e 164 casos em análise, o que representa mais de 80% do total. Também foram registrados dois casos no Paraná, que apura outros quatro.

Outros 12 estados notificaram suspeitas em investigação, sendo eles o Acre, Ceará, Espírito Santo, Goiás, Minas Gerais, Mato Grosso do Sul, Paraíba, Pernambuco, Piauí, Rio de Janeiro, Rondônia e Rio Grande do Sul. Já Bahia, Distrito Federal e Mato Grosso descartaram as ocorrências suspeitas.

O ministério confirmou ainda duas mortes em São Paulo associadas ao consumo de metanol e informou que outros 12 óbitos seguem em investigação, sendo seis em São Paulo, três em Pernambuco, um no Mato Grosso do Sul, um na Paraíba e um no Ceará.

Diante do aumento dos casos, o Ministério da Saúde e a Associação de Medicina Intensiva Brasileira (AMIB) emitiram recomendações aos profissionais de saúde para identificação precoce e manejo de intoxicações. As orientações incluem o uso de etanol ou fomepizol como antídoto, encaminhamento imediato dos casos graves para UTI e notificação obrigatória às autoridades sanitárias.

Para agilizar a confirmação dos casos, o ministério anunciou o reforço da estrutura laboratorial e a criação de uma sala de situação nacional. O Centro de Informação e Assistência Toxicológica (CIATox) da Unicamp passa a integrar a rede de referência e terá capacidade para realizar até 190 exames por dia. A Fiocruz também disponibilizou seu laboratório para apoiar os estados.

Além disso, o ministro Alexandre Padilha informou que o governo brasileiro aguarda a chegada de um lote de fomepizol vindo dos Estados Unidos, que será distribuído aos centros de toxicologia em todo o país ainda nesta semana.

Segundo o ministro, a meta é estabelecer uma estrutura permanente de vigilância toxicológica para monitorar casos de contaminação química e evitar novas ocorrências semelhantes.