Incra reconhece terras lideradas por Mãe Bernadete sete meses após homicídio
Órgão reconheceu uma área que soma quase 647 hectares, onde vivem 162 pessoas
Quase oito meses após o assassinato da ialorixá e ex-secretária de Promoção da Igualdade Racial de Simões Filho (BA) Mãe Bernadete, a Comunidade Pitanga dos Palmares teve suas terras reconhecidas pelo Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra).
A declaração que delimita o território quilombola foi publicada no Diário Oficial da União desta segunda-feira (8).
A comunidade fica nos municípios de Simões Filho e Candeias, na Região Metropolitana de Salvador. O órgão reconheceu uma área que soma quase 647 hectares, onde vivem 162 pessoas. Dentro das terras, 150 pessoas se declaram quilombolas, de acordo com o Censo 2022 (IBGE).
A Fundação Cultural Palmares reconheceu Pitanga dos Palmares como remanescente de quilombo desde 2004. Apesar disso, a população enfrenta conflitos territoriais desde a década de 1940, com a criação de oleodutos para transporte de petróleo na região. O povo local se estabeleceu ainda no século 19 na fazenda Mucambo, após resistir ao regime escravagista. As informações são da Agência Brasil.
O reconhecimento da comunidade acontece também após mais de seis anos depois da execução do filho de Mãe Bernadete, Flávio Gabriel Pacífico dos Santos, conhecido como Binho do Quilombo.