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Redação 31 de Dezembro, 2024
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Salvador é um dos locais mais afetados pela mortandade de corais em 2024

Bahia
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Redação 31 de Dezembro, 2024

Dados foram divulgados pelo relatório anual de 2024 do projeto Coral Vivo

O relatório anual de 2024 do projeto Coral Vivo, divulgado nesta segunda-feira (30), alerta para os impactos da onda de calor provocada pelo fenômeno El Niño nos recifes de corais do Brasil. Segundo o levantamento, os recifes no país enfrentaram o segundo grande episódio de branqueamento de corais, resultando em uma elevada mortalidade. A região Nordeste, especialmente a porção norte, foi a mais atingida, com cidades como Salvador, Maragogi (AL) e Natal apresentando danos significativos.

O relatório destaca que a onda de calor foi menos intensa e duradoura no sul da Bahia e no Sudeste, regiões onde se localizam os maiores e mais diversos recifes de corais do Brasil, resultando em uma mortalidade mais baixa nesses locais. Mesmo assim, as espécies mais afetadas pelo primeiro grande episódio de branqueamento em 2019, o coral-de-fogo (Millepora alcicornis) e o coral-vela (Mussismilia harttii), continuaram a registrando altos índices de mortalidade em 2024.

O branqueamento de corais ocorre quando há o aumento da temperatura da água, o que leva os pólipos do coral a expulsarem as zooxantelas, organismos simbióticos responsáveis pela pigmentação e pela produção de nutrientes por meio da fotossíntese. Sem esses organismos, os corais perdem a cor e, muitas vezes, acabam morrendo.

Além dos impactos ecológicos, a morte de corais afeta a biodiversidade e a economia das regiões costeiras, uma vez que os recifes fornecem abrigo, alimento e áreas de reprodução para diversas espécies, além de protegerem as praias da erosão. Eles também sustentam atividades econômicas como a pesca e o turismo, que geram renda para as comunidades locais.

O aumento da temperatura dos oceanos, impulsionado pelas mudanças climáticas, é a principal preocupação dos pesquisadores, já que os recifes de corais são ecossistemas especialmente vulneráveis. Em 2024, o fenômeno El Niño contribuiu para o aquecimento das águas, afetando a dinâmica climática global e gerando alterações no clima e nas chuvas em diversas partes do mundo.