UESB é condenada por assédio moral contra servidores

Após diversas denúncias de servidores, a Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia (Uesb) foi condenada por assédio moral institucionalizado. A Justiça ainda determinou uma indenização de R$ 30 mil.

As situações teriam ocorrido no Sistema Uesb de Rádio e Televisão Educativas (Surte). O ex-diretor do veículo, Rubens de Jesus Sampaio, que segue afastado das atividades, nega as acusações.

A condenação é 1ª Vara do Trabalho de Vitória da Conquista e foi publicada um ano e três meses depois que as denúncias vieram à tona. Para a Justiça, houve discriminação, violência e perseguição, que comprometeram a saúde dos trabalhadores.

Na época dos assédios, os servidores relataram episódios de intimidação e invasão da privacidade nas redes sociais.

Em entrevista à TV Sudoeste, afiliada da TV Bahia na região, uma das vítimas, que preferiu não revelar a identidade, contou que chegou a ser diagnosticada com transtornos pós-traumático diante do assédio.

“Aquela sensação de falta de ar, agonia na barriga, no estômago, falta de apetite, não consigo dormir, pensamentos recorrentes. São coisas que atrapalham nosso dia a dia e tem dias que não dá vontade nem de levantar da cama”, detalhou uma das vítimas.

Sindicato se posiciona
Para o diretor do Sindicato dos Jornalistas da Bahia (Sinjorba), Moacy Borba, o resultado “traz justiça às vítimas de assédio”.

A entidade foi a responsável por formalizar a denúncia, movida em ação pública pelo Ministério Público do Trabalho no estado (MPT-BA).

“Nove jornalistas denunciaram os casos ou testemunharam, comprovando as denúncias e, em determinado momento, foram culpabilizados pela própria reitoria da Uesb, que trabalhou desde o primeiro momento da denúncia para proteger aqueles que foram apontados pela comissão de sindicância como praticantes de assédio moral”, afirmou o diretor do Sinjorba, Moacy Borba.

Defesa
A defesa do professor Rubens Sampaio negou as acusações de assédio contra ele e ressaltou que vai recorrer contra a decisão.

“O professor Rubens Sampaio comprovou, documentalmente, que uma das denunciantes estava comercializando materiais e violando direito autoral de colegas, o que foi motivo da transferência dela. E a outra denunciante estava fazendo matérias comerciais dentro do Sistema Uesb, o que é proibido pelo regimento da universidade”, acusou o advogado Guttemberg Macêdo Júnior, acrescentando que esses elementos não teriam sido analisados pela justiça.

Já o reitor da Uesb, Luiz Otávio de Magalhães, negou que tenha demorado a afastar o diretor, e adiantou que a instituição deve recorrer assim que for notificada sobre a condenação.