
Estudantes de Medicina são punidos por faixa com frase considerada apologia ao estupro

Pelo menos 12 estudantes do curso de Medicina da Faculdade Santa Marcelina, em São Paulo, foram desligados da instituição após a polêmica envolvendo uma faixa onde estava escrito “entra porra, escorre sangue”. Na foto com os estudantes, há inclusive uma integrante que também posa com o grupo. A faixa é considerada conteúdo de apologia ao estupro.
Além desses alunos, outros 11 também foram responsabilizados com medidas disciplinares menos severas, porém a instituição não informou quais foram as medidas nem os nomes dos envolvidos.
Já a Atlética, que é ligada aos cursos de saúde, está suspensa por tempo indeterminado. O episódio ocorreu pouco antes de uma partida de handebol. A imagem causou revolta entre professores, funcionários e alunos da instituição. A diretoria da Atlética inicialmente tentou atribuir a calouros a responsabilidade pela confecção da faixa polêmica, feita após um treino de futsal, mas, após apuração, afastou o presidente e os vice-presidentes da gestão 2025, reconhecendo o envolvimento de veteranos.
Entidades estudantis, como o Centro Acadêmico Adib Jatene, condenaram o caso, apontando incitação à violência sexual. A frase usada teria origem em uma música banida pela instituição em 2017, conhecida por trechos misóginos e violentos.
Esta não é a primeira denúncia contra a Santa Marcelina. Em 2017, o Coletivo Feminista Francisca acusou a Associação Atlética Acadêmica Pedro Vital de usar um hino machista em festas universitárias. A música foi retirada após a denúncia, mas a faculdade não se pronunciou oficialmente na época. Somente agora, a instituição comentou o caso, alegando desconhecimento formal da denúncia, com a diretora acadêmica, Lucimara Duarte Chaves, afirmando que assumiu o cargo meses após o ocorrido. A torcida Sangue Azul e Amarelo, autora da música, só se manifestou após o escândalo recente, afirmando não apoiar discursos de ódio ou violência.