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Redação 21 de Outubro, 2024
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Ex-diretor da EBC, jornalista José Roberto Garcez morre aos 72 anos

Brasil
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Redação 21 de Outubro, 2024

Natural de Porto Alegre, Garcez foi vítima de um infarto

O jornalista gaúcho José Roberto Garcez, de 72 anos, faleceu na noite deste domingo (20), em São Paulo, em decorrência de um infarto. Nascido em Porto Alegre, Garcez teve uma trajetória marcante no setor de comunicação pública, ocupando cargos de destaque, como diretor da Empresa Brasil de Comunicação (EBC) e presidente da Radiobras.

Jean Lima, atual presidente da EBC, ressaltou a relevância de Garcez na fundação da empresa. “Perdemos um profissional essencial, que desempenhou um papel estratégico na criação e defesa da EBC. Ele foi um defensor incansável da comunicação pública e deixa um legado importante. Meus sentimentos à família, aos amigos e colegas”, declarou.

Tereza Cruvinel, primeira presidente da EBC, também homenageou Garcez, lembrando de sua longa trajetória antes mesmo da criação da empresa. “Garcez já estava nas batalhas pela comunicação pública, presidindo a Fundação Piratini e a Radiobras. Ele teve papel essencial no Fórum da TV Pública e na aprovação da MP 398, que deu origem à lei da EBC. Guardarei lembranças dele como alguém que priorizava resultados acima de vaidades, embora tenhamos tido pouco contato nos últimos tempos”, afirmou.

Tereza destacou ainda o período inicial da EBC, em que Garcez foi diretor da unidade que atendia às demandas da Secom. “Nos primeiros anos da EBC, ele não apenas cumpriu sua função, mas assumiu desafios extras, como articular a rede pública de TV com emissoras estaduais. Ele também foi um conselheiro valioso nos momentos críticos e um pacificador em situações de conflito.”

O jornalista Eugênio Bucci, que presidiu a Radiobras durante o governo Lula, falou da importância de Garcez em sua gestão. “Ele foi uma presença forte e influente na condução da empresa. Quando deixei a presidência, Garcez assumiu meu lugar e participou ativamente da transição para a criação da EBC. Sempre respeitei sua seriedade, competência e a visão generosa e humanista que ele imprimia ao trabalho”, recordou Bucci.

Helenise Brant, ex-diretora de Jornalismo da Radiobras e diretora-executiva de Produção na EBC, também destacou o legado de Garcez. “Ele foi um líder generoso e militante incansável da comunicação pública. Como um autêntico militante de esquerda, se dedicou mais ao projeto do que à própria biografia. Foi um colorado apaixonado e um amigo leal. Sua contribuição para a reforma democrática da Radiobras e a construção da EBC é inestimável.”

Patrícia Duarte, jornalista da Secretaria de Comunicação da Presidência da República e ex-colega de Garcez na Radiobras, lembrou dele como um profissional comprometido e inspirador. “Trabalhar com ele foi uma experiência de aprendizado constante. Era uma pessoa gentil, alegre e acolhedora, além de um jornalista competente com um texto brilhante”, relatou.

Patrícia também destacou o papel de Garcez na Conferência Nacional de Comunicação. “Ele foi fundamental na construção da EBC e na defesa de uma comunicação pública democrática e inclusiva, sempre buscando a participação cidadã nesse processo.”

Além de sua atuação na Radiobras e EBC, Garcez ocupou cargos de liderança na Federação Nacional dos Jornalistas (Fenaj) e no Sindicato dos Jornalistas Profissionais do Rio Grande do Sul (SindJoRS). Ele também presidiu a extinta Fundação TV Piratini, que administrava a rádio e TV públicas do estado.

O SindJoRS, em nota de pesar, expressou solidariedade à família, amigos e colegas, destacando a longa contribuição de Garcez ao sindicato desde 1979. A Associação Riograndense de Imprensa também lamentou a perda por meio de uma publicação em rede social.