Governo Lula adia prazos do Minha Casa, Minha Vida e irrita entidades de moradia

O Ministério das Cidades prorrogou mais uma vez o prazo para contratação de imóveis do programa “Minha Casa, Minha Vida” (MCMV), afetando especialmente as modalidades voltadas a movimentos sociais e povos tradicionais. O novo prazo agora é junho de 2025, para a contratação de 112 mil unidades, previstas para beneficiar famílias urbanas organizadas em movimentos e comunidades como indígenas e quilombolas.

Inicialmente, o presidente Lula havia prometido que as contratações seriam concluídas até outubro de 2024, após um anúncio do pacote de imóveis. No entanto, o prazo foi prorrogado, com o novo limite agora em junho deste ano. 

Atualmente, apenas 37,4 mil imóveis da linha MCMV-Rural (metade do total previsto) e 12,4 mil da linha MCMV-Entidades (um terço do número estimado) foram liberados, mas a construção das moradias ainda não foi iniciada, uma vez que os contratos com a Caixa Econômica Federal precisam ser formalizados.

O atraso gerou insatisfação nos movimentos sociais, que têm pressionado o governo por uma solução mais rápida. Na última semana, a União Nacional por Moradia Popular (UNMP) realizou protestos em capitais e cobrou uma resposta mais eficiente do Palácio do Planalto. A crítica central é que, apesar de uma seleção de imóveis ter sido feita, nenhuma contratação efetiva foi realizada até o momento.