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Redação 12 de Dezembro, 2024
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‘Guru espiritual’ é suspeito de desviar R$ 20 milhões de seita para luxo e apostas

Brasil
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Redação 12 de Dezembro, 2024

A operação ocorreu em uma comunidade localizada em uma área isolada de Viamão, na Região Metropolitana de Porto Alegre

A Polícia Civil cumpriu mandados de busca e apreensão nesta quarta-feira (11) em uma seita de sexo livre suspeita de tortura psicológica, curandeirismo, estelionato e outros crimes financeiros. A operação ocorreu em uma comunidade localizada em uma área isolada de Viamão, na Região Metropolitana de Porto Alegre. Apesar das acusações, ninguém foi preso.

De acordo com a investigação, o grupo era liderado por um homem de 69 anos, que se autointitulava “guru espiritual”. Ele exigia que os seguidores pagassem entre R$ 8 mil e R$ 12 mil por pacotes de imersão, além de mensalidades para viver na comunidade. Sob alegação de destinar os recursos ao coletivo, o suspeito os usava para financiar viagens de luxo e apostas online, resultando em um prejuízo estimado de R$ 4 milhões em dívidas e perdas financeiras no último ano.

“Ele instigava as pessoas a contrair empréstimos com promessas de melhorias para a comunidade, mas o dinheiro era desviado para seu próprio benefício”, afirmou a delegada Jeiselaure de Souza. Estima-se que o líder tenha obtido mais de R$ 20 milhões ao longo de suas atividades.

Durante a operação, autorizada pela 3ª Vara Criminal de Viamão e pelo Ministério Público, os agentes apreenderam documentos, computadores, celulares, máquinas de cartão e fotografias.

A investigação teve início após denúncias de ex-integrantes, que relataram tortura psicológica, patrimonial e agressões físicas. Os relatos indicam que o líder utilizava informações pessoais reveladas durante as chamadas “terapias bioenergéticas” para coagir os seguidores.

“Ele humilhava e execrava publicamente os participantes, dizendo que seus problemas eram culpa deles próprios, caso questionassem ou tentassem sair da comunidade”, destacou a delegada.

As práticas da seita incluíam meditação, rituais de sexo livre e a venda de produtos como pães e agendas nas ruas de Porto Alegre, supostamente em benefício da comunidade.

Outro ponto investigado pela polícia são crimes envolvendo crianças e adolescentes, incluindo denúncias de exposição a rituais e suspeita de posse de material contendo cenas de abuso infantil.

“Recebemos relatos de menores sendo envolvidos em práticas da seita, o que torna o caso ainda mais grave”, declarou Jeiselaure de Souza.

A comunidade, identificada como Osho Rachana, mantinha uma sede em Porto Alegre, recentemente desativada. O grupo foi procurado para comentar as acusações, mas não respondeu até o momento desta publicação.