Operação Carbono Oculto revela ligação entre mercado financeiro paulista e esquema de lavagem de dinheiro no Nordeste

O secretário de Segurança Pública do Piauí, Chico Lucas, declarou que a nova fase da Operação Carbono Oculto, deflagrada nesta quarta-feira (5) pela Polícia Civil, expôs uma conexão inédita entre o Primeiro Comando da Capital (PCC) e investidores da Faria Lima, em São Paulo, um dos principais centros financeiros do país.

A afirmação foi feita em entrevista ao jornal O Globo, onde o secretário classificou a ação como um “marco histórico” no combate ao crime organizado.

As investigações apontam que o grupo criminoso usava postos de combustíveis localizados no Piauí, Maranhão e Tocantins para lavar dinheiro oriundo de atividades ilícitas. De acordo com a polícia, os empreendimentos eram administrados por empresários locais e operadores financeiros envolvidos em fraudes já investigadas pela Polícia Federal na primeira fase da operação, realizada em agosto deste ano.

Conforme os levantamentos, os investigados utilizavam empresas de fachada, fundos de investimento e fintechs para movimentar recursos e fraudar o mercado de combustíveis. O esquema teria gerado cerca de R$ 5 bilhões.

A operação desta quarta-feira mirou quatro empresários e 70 empresas suspeitas, resultando na interdição de 49 postos e na apreensão de imóveis, veículos de luxo, uma aeronave e valores financeiros.

A apuração teve início após a venda da rede de postos “HD”, que possuía unidades nos três estados nordestinos. O conglomerado foi adquirido em dezembro de 2023 pela empresa Pima Energia e Participações — criada apenas seis dias antes da transação.

Segundo a polícia, a operação comercial levantou suspeitas devido a inconsistências patrimoniais, alterações societárias e vínculos com empresas registradas na Avenida Paulista, em São Paulo.

A Operação Carbono Oculto segue em andamento e é considerada uma das maiores investigações de lavagem de dinheiro ligadas ao PCC fora do eixo Sudeste.