Restaurante de Henrique Fogaça teve obras reprovadas antes de desabamento em São Paulo

O imóvel onde funcionava o restaurante Jamile, na Bela Vista, zona central de São Paulo, tinha pendências de acessibilidade e itens de segurança que levaram a dois indeferimentos de alvarás de reforma em 2015, quando foi inaugurado, e, posteriormente, em 2020.

O mezanino do restaurante desabou na última quarta-feira (8). Uma funcionária, Suênia Maria Tomé Bezerra, morreu ao ser atingida pelos escombros e outras cinco pessoas ficaram feridas.

De acordo com registros da subprefeitura da Sé, ao menos três alvarás de obras foram protocolados entre 2012 e 2020, mas as licenças foram negadas de forma definitiva e o processo arquivado, já que as pendências não foram resolvidas.

A administração do restaurante afirmou que possui alvará de funcionamento vigente, “documento que só é emitido pela prefeitura depois que são cumpridas todas as exigências legais”. Segundo o estabelecimento, os ajustes apontados anteriormente foram regularizados.

A subprefeitura da Sé, por sua vez, informou que não tem competência para analisar o cálculo estrutural das obras e que os documentos indeferidos não tratam desse ponto, de responsabilidade do engenheiro responsável. O imóvel está listado como irregular no Cadastro de Edificações (Cedi) desde março de 2022.

O arquiteto Rafic Farah, responsável pelo projeto de decoração e comunicação visual do restaurante, afirmou acreditar que a estrutura do mezanino pode ter se desprendido da parede. Ele relatou que o prédio era antigo e que os proprietários chegaram a trocar de construtora durante a obra devido a problemas técnicos.

Chef do restaurante, Henrique Fogaça manifestou solidariedade às vítimas e familiares, destacando que a prioridade é o acompanhamento das pessoas atingidas e o esclarecimento das causas do acidente.