Saneamento é precário para moradores de áreas protegidas da Amazônia, aponta IBGE
Estudo mostra que falta de água, esgoto e coleta de lixo atinge maioria dos moradores de unidades de conservação, terras indígenas e territórios quilombolas
Um novo recorte do Censo 2022, divulgado nesta quarta-feira (12) pelo IBGE, revela que a Amazônia Legal concentra os piores indicadores de saneamento básico do país — justamente em áreas criadas para preservar ecossistemas e comunidades tradicionais.
Segundo o levantamento, 75,2% dos moradores de unidades de conservação da região convivem com algum tipo de precariedade no abastecimento de água, no esgotamento sanitário ou na coleta de lixo. No Brasil, o índice é de 27,3%.
O quadro é ainda mais crítico nas terras indígenas: 98% das pessoas enfrentam déficit em pelo menos um serviço, e 75,1% convivem com falhas em todas as três áreas.
Entre os quilombolas, 96,9% lidam com alguma precariedade, e 36,6% enfrentam problemas acumulados de água, esgoto e lixo.
O IBGE aponta que a geografia amazônica — marcada por longas distâncias, rios e baixa densidade populacional — exige soluções específicas, como poços profundos, fossas sépticas tratadas e modelos alternativos de coleta. Ainda assim, o instituto afirma que falta investimento adequado para atender a realidade dessas populações.
Os dados foram divulgados às vésperas da COP30, que ocorrerá em Belém.