Setores não beneficiados se queixam após redução parcial de tarifa dos EUA sobre Brasil
A decisão dos Estados Unidos de reduzir a tarifa adicional de 40% para mais de 200 produtos brasileiros gerou críticas de setores que ficaram fora da medida. Embora a flexibilização tenha sido celebrada por parte do agronegócio, segmentos como a indústria de pescados afirmam que não receberam a devida atenção nas tratativas bilaterais.
Entre os itens beneficiados estão café, frutas, carne bovina, petróleo e componentes aeronáuticos, conforme informou o Itamaraty. A redução, anunciada nesta quinta-feira (20), é vista como resultado do avanço das negociações após a conversa entre o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e Donald Trump em 6 de outubro. Para o ex-diretor da OMC Roberto Azevêdo, o movimento busca ajudar os EUA a conter pressões inflacionárias e não aparenta exigir contrapartidas brasileiras.
Enquanto entidades como a Amcham Brasil classificaram a decisão como “muito positiva” e a CitrusBR destacou o alívio ao setor de laranja, outras organizações criticaram o resultado. A indústria de pescados, que exporta cerca de US$ 300 milhões por ano, afirmou ter sido ignorada. A Abipesca declarou que o segmento “não foi priorizado nas negociações”.
Além das exclusões, especialistas alertam que tarifas elevadas seguem em vigor. Welber Barral, ex-secretário de Comércio Exterior, lembrou que continuam aplicadas sobretaxas de 50% sobre produtos como aço, madeira, móveis e alumínio. Ele também chamou atenção para a investigação da Seção 301, que poderá impor novas barreiras ao comércio brasileiro.