Feirantes protestam após interdição repentina do Mercado de Ogunjá: “governador, só quero trabalhar”

Permissionários do tradicional Mercado do Ogunjá, em Salvador, realizaram um protesto nesta quinta-feira (30) em frente à unidade da Cesta do Povo. Eles se manifestaram contra a interdição sem aviso prévio da área livre do mercado, determinada por risco iminente de colapso estrutural.

Segundo os comerciantes, a interdição foi comunicada apenas um dia antes da medida entrar em vigor, sem tempo hábil para retirada de mercadorias ou planejamento. Muitos relataram que investiram alto para o período junino e agora enfrentam prejuízos de até R$ 20 mil em produtos que ficaram retidos no local.

“Fomos pegos de surpresa. Só avisaram que ia interditar, mas não apresentaram nenhum laudo técnico. Temos mais de R$ 5 mil em mercadorias e investimentos que passam de R$ 100 mil. Que ditadura é essa?”, desabafou um feirante que atua há mais de 30 anos no local.

A medida foi tomada com base em despacho técnico assinado por Vera Lúcia Gibaut dos Santos, Diretora de Edificação, após inspeções constatarem graves danos estruturais. Entre os problemas estão pilares metálicos corroídos, recalques nas fundações e risco de colapso da cobertura.

O engenheiro Adriano Fortes, responsável pela análise estrutural, afirmou que a situação exige interdição total e escoramento imediato. Um parecer técnico completo será entregue até o dia 10 de junho, e há recomendação de separar estruturalmente o mercado de prédios vizinhos, como a Cesta do Povo e a Delegacia de Repressão a Furtos e Roubos.

Ainda assim, os permissionários questionam por que apenas a área livre do mercado foi fechada, e cobram a presença do governo para manutenção do espaço. Também reclamam da falta de uma associação formal que os represente.

 

Ver essa foto no Instagram

 

Uma publicação compartilhada por Se Ligue Bahia (@seliguebahia)