
Professores da Uneb aprovam greve por tempo indeterminado
Greve deve iniciar na próxima sexta-feira (26) após impasse nas negociações salariais com o governo

Os professores da Universidade Estadual da Bahia (Uneb) aprovaram, nesta segunda-feira (23), uma greve por tempo indeterminado. A decisão foi tomada em assembleia geral, realizada no campus de Salvador. Conforme previsto pela legislação, a paralisação terá início na sexta-feira (26), respeitando o prazo de 72 horas para notificação à administração pública.
A greve foi aprovada após a categoria considerar insuficiente a nova proposta apresentada pelo governo na última reunião, realizada na quinta-feira (19). Na ocasião, foi sugerido um reajuste salarial acumulado de 13,83% em dois anos, com 6,79% em 2025 (4,7% em janeiro e 2% em julho) e 6,59% em 2026 (4,5% em janeiro e 2% em julho).
De acordo com o sindicato dos docentes, essa proposta representa uma recomposição salarial de apenas 4,94%, utilizando como base as previsões inflacionárias do Boletim Focus. O Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese) aponta, contudo, que a defasagem salarial acumulada desde 2015 é de 35%, o que torna a oferta do governo insuficiente.
“O governo da Bahia ainda persiste na falta de interesse político para a resolução do problema. Os dados apresentados pelo próprio governo comprovam que os gastos públicos estão muito abaixo do limite prudencial exigido pela Lei de Responsabilidade Fiscal. Desde o início de 2023, docentes das universidades estaduais baianas tentaram negociar sem a necessidade da radicalização do movimento. Com responsabilidade, as representações sindicais participaram de 15 reuniões. Outras quatro foram desmarcadas pelo Executivo”, disse a associação em nota.
Uma nova reunião entre as representações sindicais das universidades estaduais e a Secretaria Estadual da Educação está marcada para quarta-feira (25). As lideranças sindicais levarão o resultado das assembleias para o governo, com a expectativa de dar continuidade às negociações. Para a Aduneb, o movimento docente permanece aberto ao diálogo, afirmando que qualquer suspensão das tratativas seria uma ação unilateral do governo.