
A estranha conta de Félix Mendonça

Se forem verdadeiras as notícias que circulam nos sites da Bahia, em breve o PDT estará de volta aos braços do PT no estado. A conta, ao que parece, foi fechada entre o presidente estadual da sigla, Félix Mendonça Jr., e o secretário de Relações Institucionais, Adolpho Loyola. Quais foram os termos? Prefiro nem saber — para preservar a fé na política (o que ainda resta dela).
Mas é de causar, no mínimo, perplexidade: Félix, um dos políticos mais educados da Bahia, foi simplesmente enxotado do governo na gestão Rui Costa. Mesmo com toda a cordialidade — em público e em privado — nunca ofereceu ao agora todo-poderoso ministro da Casa Civil as palavras mais doces. Muito pelo contrário.
Mais curioso ainda: ao se aproximar do grupo de oposição na Bahia, Félix não apenas encontrou espaço — sentou na janela. Indicou a vice do prefeito de Salvador, Ana Paula Matos. Viu o PDT crescer na Assembleia Legislativa da Bahia (Alba), na Câmara Municipal de Salvador, e, recentemente, presenciou Bruno Reis (UB) comprar briga tanto com a base quanto com a oposição para nomear Andrea Mendonça — sim, ninguém menos que a irmã de Félix! — secretária do Mar (seja lá o que isso queira dizer).
Aliados de ACM Neto comentam, nos bastidores, que o ex-prefeito está torcendo para Félix fazer as malas o quanto antes. Lembram que, em 2022, Félix não trouxe sequer um voto novo para o grupo, e que apenas se aproveita das estruturas da prefeitura. Segundo esses aliados, Bruno Reis já deixou claro que, na primeira mexida, Félix perderá todos os cargos que ainda ocupa na Prefeitura de Salvador. Para o prefeito, não haverá espaço para camaleão.
E qual será a retribuição por tudo isso? Voltar para onde foi chutado. De quebra, ainda deve perder todos os vereadores, quase todos os deputados estaduais, os federais e a vice-prefeita e não vai ter ajuda alguma do PT — que só se coça pra dentro — pra montar as chapas de 2026.
Adolpho, definitivamente, deve ser muito bom de papo. E que papo…