Cocá: a bola da vez
Prefeito reeleito de Jequié com impressionantes 91,97% dos votos válidos, Zé Cocá (PP) já comunicou aos aliados que, em 2026, só deixará o comando municipal para disputar uma vaga na chapa majoritária. Ele tem reafirmado essa intenção em várias entrevistas. Ao Bahia Notícias, por exemplo, declarou estar “estudando” a Bahia, da mesma forma como fez com Jequié antes de se candidatar pela primeira vez ao cargo de prefeito. Sua postura, os votos e seu histórico, sem sombra de dúvida, posicionam Cocá como uma figura de relevância para a próxima eleição.
Talvez influenciado pela antecipada discussão sobre 2026, Cocá tem utilizado essas entrevistas para cobrar ações do governador da Bahia, Jerônimo Rodrigues (PT). Ao contrário do que se poderia imaginar, as declarações de Cocá permanecem dentro dos limites aceitáveis. Ele é um prefeito bem avaliado, reivindicando o protagonismo que acredita ser merecido para sua região.
Em parte, essa postura também serve como resposta a Jerônimo, que, em um comentário autoritário – cada vez mais recorrente –, afirmou que apoiaria apenas os gestores que “comeram sal” com ele. Em 2022, Cocá rompeu com Rui Costa (PT), então governador e aliado, para apoiar ACM Neto (UB), candidato de oposição a Jerônimo. Esse é, inclusive, mais um trunfo do prefeito em uma eventual busca por posição na chapa.
Cocá também seria uma peça-chave para alavancar o desempenho de uma possível candidatura de Neto na Microrregião de Jequié, que abrange 26 municípios. Todos – incluindo Jequié e Lafaiete Coutinho – deram vitórias a Jerônimo em 2022, em alguns casos com uma margem de 80/20.
É claro que, em grande parte, tudo isso é especulação. Mas, sem essas projeções, a política perderia parte de sua magia. Zé Cocá está no caminho para 2026. Precisa cuidar de sua cidade e ser apoiado pelos aliados que o desejam. Afinal, 2026 está logo ali.