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Alexandre Galvão 17 de Novembro, 2025
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Expectativa de poder está com Jerônimo, ‘pero no mucho’

Coluna Alexandre Galvão
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Alexandre Galvão 17 de Novembro, 2025

Até mesmo os mais fanáticos apoiadores do ex-prefeito de Salvador, ACM Neto (UB), são forçados a admitir que, em 2026, o grande favorito na eleição é o atual governador Jerônimo Rodrigues (PT). Não tanto pelo desempenho na cadeira de governo que, cá entre nós, é bastante questionável, mas pelas circunstâncias. O brasileiro (e o baiano também) tem a triste mania de manter no poder quem lá já está. Até mesmo os mais mal avaliados, por manobra política, conseguem ficar por mais quatro anos. A grande prova, talvez, seja o ex-prefeito da capital, João Henrique.

Alia-se a isso a estratégia ruidosa de transformar qualquer aperto de mão no governador em uma declaração quase pública de apoio. A Serin, sobretudo, tem transformado gestos republicanos em verdadeiro show de constrangimento a gestores e gestoras. Ou será que alguém, em sã consciência, acredita que José Ronaldo de Carvalho, com décadas e décadas de vida no mesmo quadrante da história, vai trocar sua biografia por qualquer obra que seja? Melhor aproveitarmos a época natalina que se avizinha e esperar o Papai Noel descer pela chaminé.

Dito isto, nas últimas semanas, o “abandonado” ACM Neto reagiu. Trouxe para o seu lado dois deputados de mandato. Com todo respeito aos legisladores, mais do que isso: trouxe para si figuras que o mundo político identifica como “governistas”. Ou seja, seus mandatos estão disponíveis para auxiliar o mandatário da vez, seja ele quem for. Longe de ser uma posição indigna, esta é uma estratégia de sobrevivência na política usada de forma larga. Certa vez, ouvi da deputada Alice Portugal (PCdoB) que estes eram deputados “resultadistas”. Eles querem levar obras e, para isso, precisam ser amigos do dono da chave do cofre. É do jogo.

Se Cafu Barreto e Nelson Leal escolheram largar “a chave” e foram para Neto, talvez, contrariando toda a estratégia da Serin, o ex-prefeito de Salvador ainda esteja a alguns metros da senha do cofre estadual. Basta esperar que, em menos de um ano, saberemos o resultado disso tudo.