Fracasso admitido: Jerônimo recorre à Força Nacional após caos no Extremo Sul

Nunca é tarde para reconhecer as próprias falhas. Talvez agora o governador da Bahia, Jerônimo Rodrigues (PT), tenha finalmente colocado os pés no chão e admitido, ainda que de forma indireta, que fracassou como gestor e político na condução da Segurança Pública no estado.

A decisão tomada ontem, de solicitar o apoio da Força Nacional para atuar no Extremo Sul da Bahia, revela dois aspectos importantes:

o mais evidente — o problema é, de fato, grave e exige intervenção imediata;

o mais político — Jerônimo e sua equipe não conseguiram administrar o caos instaurado naquela região (e não só ali, é bom frisar).

Sempre refratário à ideia de recorrer ao seu padrinho político, o presidente Lula (PT), o governador se mostrou, desde o início, incapaz de lidar com a realidade violenta que assola a Bahia. Quando ousou tratar do tema publicamente, sua fala parecia desconectada dos fatos — talvez nem ele mesmo acreditasse no que dizia.

Houve momentos em que preferiu usar chavões diversionistas para fugir da responsabilidade. Em outro, chegou ao absurdo de comparar a violência na Bahia com a realidade europeia. Só se for com a Ucrânia, em guerra com a Rússia.

Se Jerônimo finalmente desceu à realidade por conta da pressão dos fatos ou por um puxão de orelha vindo de cima, pouco importa. Em meio à sucessão de tragédias que marca sua gestão, é de se reconhecer que, mesmo que tarde, algo concreto foi feito.