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Redação 06 de Novembro, 2024
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Copom decide nesta quarta em quanto eleva juros básicos

Economia
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Redação 06 de Novembro, 2024

Taxa Selic, em 10,75% ao ano, deve subir 0,5 ponto

O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central (BC) decide nesta quarta-feira (6) o novo patamar da taxa Selic. Pressionado pela recente alta do dólar e pelo aumento nos preços de energia e alimentos, o colegiado deve optar por uma nova elevação da taxa básica de juros, que já teve um ciclo de altas iniciado em julho.

De acordo com o boletim Focus — pesquisa semanal que reúne projeções de analistas de mercado —, espera-se um aumento de 0,5 ponto percentual, o que elevaria a Selic para 11,25% ao ano. Na última reunião, em setembro, o Copom justificou o ajuste como resposta ao aquecimento da economia e às pressões sobre o mercado de trabalho, sinalizando a necessidade de uma postura monetária mais restritiva para conter a inflação.

No ciclo recente, após manter a Selic em 13,75% entre agosto de 2021 e agosto de 2022, o Copom implementou cortes graduais, até a taxa atingir 10,5% ao ano em julho de 2023. Entretanto, com os novos desafios econômicos, voltou a aumentar os juros neste segundo semestre.

O aumento da inflação pressiona a necessidade de elevação da Selic. O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) registrou alta de 0,44% em outubro, influenciado pela bandeira tarifária vermelha nas contas de luz e pela seca que impactou os preços dos alimentos. Em setembro, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, já havia alertado para os efeitos da seca prolongada sobre os preços, especialmente no setor de alimentos.

A meta de inflação para 2024, definida pelo Conselho Monetário Nacional (CMN), é de 3%, com tolerância de 1,5 ponto percentual para mais ou para menos, estabelecendo um teto de 4,5%. A última projeção do boletim Focus indicou inflação de 4,59% para o próximo ano, ultrapassando a meta. Dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) mostram que os setores de alimentos e serviços têm sido os principais responsáveis pela alta inflacionária, com o IPCA acumulando 4,42% em 12 meses.

A Selic é o principal instrumento do Banco Central para controlar a inflação e influencia diretamente o custo do crédito e os investimentos. Um aumento na taxa tende a reduzir o consumo ao encarecer o crédito e estimular a poupança, o que modera o crescimento dos preços, mas também pode restringir a expansão econômica.

Já em um cenário de queda da Selic, o crédito se torna mais acessível, o que incentiva a produção e o consumo, gerando aquecimento econômico. No entanto, essa medida também pode comprometer o controle da inflação se não houver equilíbrio.

O Copom se reúne a cada 45 dias, com o primeiro dia do encontro voltado para análises da economia nacional e internacional e o segundo para a definição da Selic. Para 2024, o BC mantém a meta de inflação em 3%, com projeções de alta de preços que agora consideram a influência do dólar e os efeitos climáticos. A próxima atualização do Relatório de Inflação, com previsões revisadas, será divulgada em dezembro.

A decisão final do Copom será anunciada ao final do dia, quando será informado se a Selic será elevada e em qual percentual, afetando o cenário econômico e as expectativas para o próximo ano.

Com informações da Agência Brasil*