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Redação 22 de Agosto, 2025
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Governo avalia que indústria será mais impactada pelo tarifaço dos EUA que o agronegócio

Economia
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Redação 22 de Agosto, 2025

Três semanas após entrar em vigor a tarifa de 50% imposta pelos Estados Unidos a produtos brasileiros, o governo projeta que os setores industriais serão os mais prejudicados, enquanto vê uma redução nas expectativas de perdas para o agronegócio.

Segundo integrantes do governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) ouvidos pelo G1, muitos exportadores de alimentos têm conseguido redirecionar sua produção para outros mercados ou manter contratos com empresas norte-americanas, como é o caso das mangas. Carnes, café e açúcar também têm encontrado alternativas, reduzindo o impacto da tarifa sobre o comércio exterior.

O setor industrial, porém, enfrenta desafios mais complexos. Produtos têxteis, calçados, máquinas, equipamentos e autopeças são fabricados sob especificações técnicas voltadas ao mercado americano, o que dificulta a rápida adaptação.

“Produtos alimentícios que estão incorporados nas compras públicas serão mais fáceis de resolver e também de buscar novos mercados para exportação. O setor industrial tem uma dificuldade maior, porque existem especificações técnicas desses produtos que são fabricados para o mercado especificamente norte-americano. Então, o processo de readaptação demanda tempo”, disse Uallace Moreira, secretário do Ministério de Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (Mdic). 

O Ministério da Agricultura e do Desenvolvimento Agrário concorda com a avaliação. “O que nós identificamos é que, ao contrário do que imaginávamos no início, boa parte desses produtos [alimentícios] já está sendo redirecionada. E aqueles que ainda não foram redirecionados, nós já estamos preparados, por meio do programa Brasil Soberano” — ou seja, o plano de ajuda às empresas afetadas —, disse Fernanda Machiavelli, secretária-executiva do Ministério do Desenvolvimento Agrário e Agricultura Familiar.