
Inflação desacelera para 0,56% em março, mas alimentos pressionam índice
Tomate, ovo e café puxam alta de preços e mantêm IPCA em nível elevado

A inflação oficial do país, medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), registrou alta de 0,56% em março, conforme divulgado nesta sexta-feira (11) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Embora menor que o resultado de fevereiro (1,31%), o índice segue pressionado, sobretudo pela alta nos alimentos, que tiveram a maior variação desde dezembro.
Com o resultado, o IPCA acumula alta de 5,48% nos últimos 12 meses, acima do teto da meta estabelecida pelo Conselho Monetário Nacional (CMN), que é de 4,5%. Esse é o maior percentual desde fevereiro de 2023 (5,60%). A meta central para 2025 é de 3%, com intervalo de tolerância de 1,5 ponto percentual para mais ou menos.
Todos os nove grupos de produtos e serviços pesquisados apresentaram alta em março, com destaque para:
Alimentação e bebidas: 1,17%
Transportes: 0,46%
Despesas pessoais: 0,70%
Vestuário: 0,59%
Saúde e cuidados pessoais: 0,43%
O índice de difusão, que mostra o percentual de itens com aumento de preços, ficou em 61%.
O grupo alimentação e bebidas respondeu por 45% da inflação de março. A alimentação no domicílio subiu 1,31%, enquanto a fora de casa avançou 0,77%.
Os principais responsáveis pela alta foram: Tomate: +22,55% (impacto de 0,05 ponto percentual); Café moído: +8,14% (impacto de 0,05 p.p.); e Ovo de galinha: +13,13% (impacto de 0,04 p.p.).
Segundo o gerente da pesquisa, Fernando Gonçalves, o calor intenso nos primeiros meses do ano acelerou a maturação do tomate, reduzindo a oferta em março. No caso dos ovos, houve aumento na demanda durante a Quaresma e alta no custo do milho, base da alimentação das aves. O café moído, por sua vez, acumula alta de 77,78% em 12 meses, impulsionado pela quebra de safra no Vietnã e efeitos climáticos no Brasil.
O grupo transportes teve a segunda maior contribuição para o índice, com alta de 0,46%. O principal item foi passagem aérea, que subiu 6,91%.
Entre os serviços, o IPCA registrou alta de 0,62% em março, inferior à de fevereiro (0,82%). Já os preços monitorados, como combustíveis e energia, tiveram desaceleração expressiva: de 3,16% em fevereiro para 0,18% em março.
Em 12 meses, a inflação de serviços passou de 5,32% para 5,88%. O resultado está relacionado ao aumento da massa salarial e ao baixo nível de desemprego, que estimulam o consumo.
O IPCA mede a variação do custo de vida para famílias com renda entre 1 e 40 salários mínimos. A pesquisa abrange 16 localidades, incluindo 10 regiões metropolitanas e as capitais de 6 estados.