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Redação 17 de Novembro, 2025
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Pix faz 5 anos e se consolida como principal forma de pagamento do Brasil, movimentando quase dois PIBs em 2024

Economia
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Redação 17 de Novembro, 2025

Sistema criado pelo Banco Central domina transações do país, com R$ 28 trilhões até outubro e mais de 190 milhões de usuários

O Pix, sistema de pagamentos instantâneos criado pelo Banco Central, completou cinco anos neste domingo (16) com números que o colocam como o método de pagamento mais usado do Brasil — superando cartões, boletos e até transferências bancárias tradicionais.

Em 2023, o Pix movimentou R$ 26,4 trilhões, valor equivalente a quase duas vezes o PIB brasileiro. E o ritmo acelerado se manteve em 2024: apenas entre janeiro e outubro, as transações já somavam R$ 28 trilhões, segundo dados da autoridade monetária.

O sistema é utilizado hoje por mais de 170 milhões de brasileiros adultos e por 20 milhões de empresas, sendo considerado a maior ferramenta de inclusão financeira já criada no país.

Do teste limitado ao país inteiro: a virada de chave em 2020

O Pix nasceu em formato experimental em 3 de novembro de 2020, restrito a uma pequena parcela — entre 1% e 5% dos clientes bancários — e em horários pré-determinados.

Duas semanas depois, em 16 de novembro de 2020, o sistema foi liberado para toda a população, funcionando 24 horas por dia, sete dias por semana, e permitindo que qualquer cliente criasse uma chave para enviar ou receber dinheiro instantaneamente.

O impacto foi imediato: em poucos meses, o Pix já superava TEDs, DOCs e transações com cartão de débito.

Tecnologia evoluiu e criou novos serviços

O Pix deixou de ser apenas uma forma de transferência entre pessoas. Hoje reúne funcionalidades que substituem antigos serviços bancários:

  • Pix Cobrança — versão moderna do boleto

  • Pix Automático — semelhante ao débito automático

  • Pix Saque e Troco — permite retirar dinheiro em estabelecimentos

  • Pix Agendado — envio programado de valores

A expectativa do Banco Central é ampliar o conjunto de ferramentas nos próximos anos, como o Pix Internacional, que permitirá pagamentos fora do país.

Tensão diplomática: o episódio com os EUA

O sucesso do Pix também entrou no radar internacional. Em 2023, durante a gestão de Donald Trump, o governo dos Estados Unidos abriu uma investigação comercial alegando que o sistema brasileiro poderia prejudicar empresas financeiras americanas.

A ação ocorreu em meio ao ambiente político tenso criado pelo julgamento do ex-presidente Jair Bolsonaro por tentativa de golpe após as eleições de 2022 — e foi interpretada como forma de pressão diplomática.

O governo brasileiro, em resposta ao Escritório do Representante Comercial dos EUA (USTR), negou qualquer discriminação e afirmou que o Pix foi desenvolvido para aumentar segurança, reduzir custos e estimular competição no sistema financeiro, beneficiando consumidores e empresas.