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Redação 19 de Março, 2025
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Governo brasileiro condena declaração do presidente da Conmebol e cobra medidas contra racismo

Esportes
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Redação 19 de Março, 2025

O governo brasileiro manifestou repúdio à declaração do presidente da Confederação Sul-Americana de Futebol (Conmebol), Alejandro Domínguez, que comparou a ausência de clubes brasileiros na Copa Libertadores a “Tarzan sem Chita”. A nota oficial, divulgada nesta terça-feira (18), também critica a falta de medidas eficazes da entidade para combater o racismo no futebol sul-americano.

“O Governo Brasileiro repudia, nos mais fortes termos, as declarações do presidente da Conmebol, Alejandro Domínguez, durante entrevista concedida após o sorteio da fase de grupos dos torneios organizados pela entidade. As declarações ocorrem em um contexto de reiterada omissão da Conmebol na adoção de providências concretas para prevenir e punir atos de racismo em competições sob sua responsabilidade”, diz o comunicado assinado pelos Ministérios do Esporte, da Igualdade Racial e das Relações Exteriores.

O governo também cobrou a Conmebol e as federações nacionais para que adotem uma postura mais firme no combate à discriminação. “Exortamos a Conmebol e as federações nacionais de futebol da América do Sul a tomarem medidas efetivas para erradicar o racismo, promover a igualdade e ampliar o acesso ao esporte para grupos historicamente marginalizados. Reafirmamos nosso compromisso com o combate à discriminação e com a promoção da igualdade racial em todas as modalidades esportivas”, conclui a nota.

Pedido de desculpas

A polêmica teve início na noite de segunda-feira (17), após o sorteio dos grupos da Copa Libertadores, realizado na sede da Conmebol, no Paraguai. Questionado por um jornalista sobre a possibilidade de um torneio sem clubes brasileiros, Domínguez respondeu com um riso: “Seria como Tarzan sem Chita, impossível”.

A declaração ocorreu momentos depois de o dirigente afirmar, em discurso no evento, que a Conmebol condena o racismo e continuará aplicando sanções para combater essa prática no futebol.

Diante da repercussão negativa, Domínguez usou a rede social X para se retratar nesta terça-feira. “Quero expressar minhas desculpas. A expressão que utilizei é popular e em nenhum momento tive a intenção de desrespeitar ou desqualificar alguém”, escreveu. O dirigente reforçou o papel dos clubes brasileiros no torneio: “A Conmebol Libertadores é impensável sem a participação dos times dos 10 países-membros”.

Repercussão e sanção ao Cerro Porteño

O episódio acontece poucos dias após a Conmebol punir o clube paraguaio Cerro Porteño por insultos e gestos racistas contra o atacante do Palmeiras, Luighi Hanri, durante uma partida da Copa Libertadores Sub-20.

Após o jogo, a presidente do Palmeiras, Leila Pereira, criticou a postura da entidade e sugeriu que o Brasil considere uma possível migração para a Confederação das Associações de Futebol da América do Norte, Central e Caribe (Concacaf), caso não haja respeito ao futebol brasileiro.