
Jogador chamado de “macaco” é punido com pena maior que agressor no Paraná
Tribunal desportiva do Paraná aplicou 10 partidas de gancho ao defensor, enquanto o adversário acusado de chamar “macaco” levou 7 jogos

O Tribunal de Justiça Desportiva do Paraná (TJD-PR) decidiu suspender por dez partidas o zagueiro Paulo Vitor, do Nacional-PR, vítima de injúria racial durante um jogo da Taça FPF, em outubro. O autor da ofensa, o volante Diego, ex-jogador do Batel Guarapuava, recebeu pena mais branda — sete jogos de suspensão e multa de R$ 2 mil.
O caso ocorreu em 4 de outubro, durante uma partida entre as duas equipes. Segundo o relatório do árbitro Diego Ruan Pacondes da Silva, o volante teria chamado o defensor de “macaco”. Após a ofensa, Paulo Vitor reagiu com um soco no adversário, que precisou de atendimento médico em campo.
O juiz aplicou o protocolo antirracismo da Fifa, interrompendo o jogo e fazendo o gesto de “X” com os braços — símbolo do combate a atos discriminatórios. O episódio ganhou repercussão nacional e levou o Batel a demitir o jogador logo após o ocorrido, além de emitir nota pública de repúdio.
Durante o julgamento, a defesa de Diego tentou alegar que o termo usado teria sido “malaco” e não “macaco”, mas o argumento foi rejeitado. Ainda assim, o tribunal impôs ao agressor uma punição menor que a da vítima, o que gerou indignação de torcedores e ativistas.
O Nacional-PR informou que irá recorrer da decisão, classificando a sentença como “injusta e desproporcional”. Em suas redes sociais, Paulo Vitor disse lamentar a decisão e afirmou que “a vítima não pode ser tratada como culpada”.