
Ações de bancos despencam após Dino sinalizar punições para quem aplicar sanção a Moraes

As ações dos principais bancos brasileiros registraram forte queda nesta terça-feira (19), após o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Flávio Dino, indicar a possibilidade de punições a instituições financeiras que aplicarem sanções contra o colega de corte, Alexandre de Moraes.
No Ibovespa as ações caíram 1,89%, indo a 134.716 pontos. Os papéis do Banco do Brasil recuaram 4,17%, Bradesco 3,60%, Itaú 3,28%, Santander 2,82% e BTG Pactual 3,46%.
O ministro fez a declaração na segunda-feira (18), em decisão relacionada ao processo do rompimento da barragem de Mariana (MG). Ele reforçou que ordens judiciais estrangeiras só têm validade no Brasil se confirmadas pelo Supremo.
Nos bastidores, a discussão ganhou força após ministros do STF conversarem com banqueiros sobre as sanções impostas pelo governo dos Estados Unidos contra Moraes, com base na Lei Magnitsky.
A percepção foi de que os bancos não garantiram segurança de que não aplicariam as restrições no Brasil.
De acordo com o economista Rodrigo Marcatti, CEO da Veedha Investimentos, o impasse coloca o setor financeiro em risco. “Os bancos, por atuarem com operações internacionais e sistemas como o Swift, podem sofrer impactos ao tentar conciliar as exigências do Supremo com regras do mercado externo”, disse Marcatti ao jornal Folha de S. Paulo.
Moraes foi alvo das sanções em julho, quando teve ativos bloqueados nos EUA e restrições impostas a transações em dólar.
O Banco do Brasil, responsável por processar a folha de pagamento dos ministros do STF, informou em nota que segue a legislação brasileira, normas internacionais e regulamentos dos mais de 20 países onde mantém operações.