Defensoria do DF denuncia superlotação e condições precárias para idosos na Papuda, que pode receber Bolsonaro

Um relatório da Defensoria Pública do Distrito Federal (DPDF) revelou superlotação e condições precárias na ala destinada a idosos do Complexo Penitenciário da Papuda, onde o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) poderá cumprir pena em regime fechado, caso o Supremo Tribunal Federal (STF) rejeite seu último recurso.

De acordo com o documento, 340 detentos ocupam um espaço com capacidade para apenas 177 vagas, o que representa 92% acima do limite permitido. O levantamento aponta que idosos com mais de 80 anos dormem em colchões no chão e convivem em celas abafadas e sem ventilação adequada.

O relatório foi elaborado após inspeção realizada no dia 6 de novembro, e será encaminhado ao Conselho Nacional de Justiça (CNJ) e a órgãos da execução penal. Segundo a Defensoria, a situação registrada “revela um cenário de extrema superlotação”, com até 38 pessoas por cela e apenas 21 camas disponíveis.

Os defensores também relataram falta de materiais de higiene, demora em atendimentos médicos e escassez de policiais penais. Houve inclusive o registro de um acidente com um idoso que fraturou a perna ao cair de uma rede, improvisada para dormir.

A área inspecionada faz parte do Centro de Internamento e Reeducação (CIR), que abriga presos em regime semiaberto. Considerando todos os blocos e alas do CIR, a superlotação geral chega a 98%.

Apesar das deficiências, a Defensoria destacou que a ala de idosos é a única com banho aquecido, televisão e ventiladores em cada cela. A DPDF recomendou ao governo do DF medidas para reduzir a superlotação, como ampliação de saídas antecipadas e progressão de regime, priorizando as unidades voltadas a idosos.