Ex-assessor de Moraes nega prisão na Itália e diz ter sido apenas notificado
Eduardo Tagliaferro é alvo de pedido de extradição do governo brasileiro e responde a acusações de vazamento de documentos do STF e do TSE
O ex-assessor do ministro Alexandre de Moraes no Supremo Tribunal Federal (STF), Eduardo Tagliaferro, negou nesta terça-feira (1º) que tenha sido preso na Itália. Em vídeo publicado nas redes sociais, ele afirmou estar em casa e declarou que a condução à delegacia pela polícia italiana foi apenas parte de um procedimento de notificação.
“Foi só um procedimento de informação. Não fui preso”, disse.
Mais cedo, Tagliaferro foi levado por autoridades italianas a uma delegacia local para ser formalmente notificado sobre uma medida cautelar que o impede de deixar a cidade onde está. A informação foi confirmada por seu advogado, Eduardo Kuntz, que explicou que a restrição decorre de um pedido de extradição feito pelo governo brasileiro.
De acordo com a defesa, Tagliaferro não permanecerá preso, mas deverá cumprir as medidas cautelares impostas pela Justiça italiana até o andamento do processo.
Tagliaferro é alvo de pedido de extradição enviado por Moraes ao Ministério da Justiça após ter sido denunciado pela Procuradoria-Geral da República (PGR) por violação de sigilo funcional, coação, obstrução de investigação e tentativa de abolição do Estado Democrático de Direito. Ele é acusado de vazar mensagens e documentos internos do STF e do TSE para a imprensa.
Indiciado pela Polícia Federal, o ex-assessor teve contas bancárias bloqueadas por determinação de Moraes. Desde que deixou o cargo no Tribunal Superior Eleitoral (TSE), em maio de 2023, após um episódio de violência doméstica, Tagliaferro tem feito acusações contra Moraes, incluindo suposta manipulação de investigações. Em setembro, ele participou remotamente de uma audiência no Senado, onde voltou a criticar o ministro e o procurador-geral da República, Paulo Gonet. Moraes nega todas as acusações e afirma que os procedimentos seguiram a legislação.