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Redação 22 de Janeiro, 2025
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Família de Mãe Bernadete pede indenização de R$ 11,8 milhões em ação contra a União e o Governo da Bahia

Justiça
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Redação 22 de Janeiro, 2025

No processo, a defesa aponta falhas que contribuíram para o homicídio e problemas ocorridos após o crime

A família de Mãe Bernadete, ialorixá e líder quilombola assassinada em 17 de agosto de 2023, em Simões Filho, Região Metropolitana de Salvador, entrou com uma ação na Justiça Federal contra a União e o Governo da Bahia. No processo, a defesa aponta falhas que contribuíram para o homicídio e problemas ocorridos após o crime.

O pedido de indenização, que soma R$ 11,8 milhões, visa reparar danos morais à filha de Mãe Bernadete e a seus três netos, que estavam presentes no momento do crime. A ação também inclui um pedido de liminar para garantir a segurança de Wellington Gabriel de Jesus dos Santos, neto da vítima e atual líder da associação quilombola, que integra o Programa de Proteção aos Defensores de Direitos Humanos (PPDDH).

A ação, com 940 páginas, destaca negligências do Estado, como a demora na demarcação do território quilombola, a instalação de um presídio na área do Quilombo Pitanga dos Palmares e falhas na execução do PPDDH. Segundo o advogado da família, David Mendez, o programa não oferece estrutura e pessoal qualificados para proteger defensores de direitos humanos.

Entre os problemas citados estão a falta de blindagem e manutenção no carro de Wellington, ausência de colete à prova de balas e trocas constantes no responsável pela segurança. Além disso, a defesa requer a nomeação de procuradores especializados para atuar no caso, dada sua complexidade e relação com comunidades tradicionais.

O crime

Mãe Bernadete foi assassinada na sede do Quilombo Pitanga dos Palmares, em Simões Filho, onde vivia com familiares. Segundo a Polícia Civil e a Polícia Federal, traficantes encomendaram o crime em retaliação às ações da líder contra o tráfico no território quilombola.

Na noite do assassinato, os suspeitos tiraram os netos da vítima da sala e levaram os celulares das testemunhas. Após o crime, Wellington utilizou um aplicativo no computador para pedir ajuda à comunidade.

Até o momento, quatro suspeitos foram presos, e outros dois seguem foragidos. Três acusados já foram encaminhados para julgamento em júri popular.