Justiça acata nova denúncia do MP-BA e torna Binho Galinha e familiares réus novamente
A Vara Criminal e de Crimes Contra a Criança e o Adolescente da Comarca de Feira de Santana aceitou uma nova denúncia apresentada pelo Ministério Público da Bahia (MP-BA) contra o deputado estadual Binho Galinha (PRD) e outros 12 investigados, apontados como integrantes de uma milícia que atuaria há mais de uma década no município. O parlamentar, que já se encontra preso preventivamente, passa agora a responder a um segundo processo judicial.
De acordo com o MP-BA, a esposa de Binho, Mayana Cerqueira da Silva, teria mantido a participação nas atividades do grupo mesmo durante o período em que cumpria prisão domiciliar. As investigações indicam que ela utilizava intermediários, chamados de “laranjas”, para continuar movimentando o dinheiro obtido por meio das ações criminosas.
Um dos principais colaboradores apontados é Cristiano de Oliveira Machado, acusado de receber valores ilícitos em suas próprias contas e repassá-los a terceiros, com o intuito de ocultar a origem dos recursos e dificultar o rastreamento financeiro.
Na decisão, a juíza Márcia Simões Costa considerou que a denúncia do MP-BA foi apresentada “de forma clara e pormenorizada”, com descrição dos fatos e identificação dos acusados. “Defiro o pedido do Ministério Público e determino que a Polícia Federal providencie a imediata juntada dos elementos imprescindíveis à instrução processual, no prazo de 15 dias”, determinou a magistrada.
Entre as diligências solicitadas pela Justiça, estão:
- Laudos periciais de celulares apreendidos com os investigados;
- Exames de armas e munições encontradas nas residências dos réus;
- Informações sobre o veículo Porsche apreendido com Müller Santos Souza, apontado como integrante do núcleo de agiotagem;
- Relatórios técnicos e anexos de provas mencionados na denúncia.
Além disso, a juíza homologou parcialmente um pedido de arquivamento feito pelo MP-BA, por ausência de provas suficientes em alguns pontos da investigação. Foram arquivadas, entre outras, as acusações de receptação qualificada, lavagem de dinheiro relacionada ao pagamento de honorários advocatícios e extorsão supostamente praticada por Mayana Cerqueira.
Segundo a decisão, o arquivamento se baseia na “insuficiência de elementos de informação para dar início à persecução penal quanto a determinados fatos e agentes”, conforme previsto no Código de Processo Penal.
A nova denúncia reforça o avanço das investigações sobre o grupo que, segundo o Ministério Público, teria uma estrutura complexa e atuava de forma organizada em Feira de Santana e região.