
Bolívia escolhe Rodrigo Paz para liderar país em meio a turbulência econômica

O senador de centro-direita Rodrigo Paz, do Partido Democrata Cristão (PDC), venceu o segundo turno das eleições presidenciais da Bolívia, neste domingo (19), derrotando o ex-presidente Jorge “Tuto” Quiroga. A vitória de Paz encerra quase duas décadas de hegemonia do Movimento ao Socialismo (MAS), legenda fundada por Evo Morales.
Com 54,5% dos votos e 97% das urnas apuradas, Paz foi declarado vencedor pelo Tribunal Supremo Eleitoral. Mesmo eleito, o novo presidente não contará com maioria no Legislativo, o que o obrigará a buscar alianças para governar. A posse está marcada para 8 de novembro.
“Precisamos abrir a Bolívia para o mundo”, afirmou Paz em discurso após a confirmação da vitória, em La Paz.
Filho do ex-presidente Jaime Paz Zamora (1989–1993), o novo mandatário, de 58 anos, defende uma agenda econômica mais liberal, com foco no incentivo ao setor privado e na redução do papel do Estado na economia. Sua campanha também prometeu manter programas sociais, mas com ajustes fiscais e incentivo à autonomia regional.
A proposta de Paz atraiu eleitores moderados e antigos apoiadores do MAS, insatisfeitos com os rumos do partido nas últimas gestões. Durante a campanha, ele destacou a necessidade de reaproximação diplomática com os Estados Unidos e a União Europeia, após anos de alinhamento com Rússia e China.
O senador também ganhou força com o apoio de seu vice, Edman Lara, ex-policial popular nas redes sociais por denúncias de corrupção.
Movimentos sociais e sindicais, porém, já alertaram que resistirão a eventuais tentativas de revisão de conquistas obtidas nos governos do MAS.
Rodrigo Paz construiu sua trajetória política entre o Congresso e a prefeitura de Tarija, onde foi acusado de irregularidades em contratos públicos, mas nunca condenado. Nos últimos anos, atuou como senador pela aliança Comunidade Cidadã, mantendo um perfil crítico, porém conciliador, frente ao governo de Luis Arce.