Lula defende ação global coordenada e tributação de super-ricos para financiar combate à crise climática

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) defendeu, nesta sexta-feira (7), uma ação global coordenada contra o aquecimento do planeta, durante a Cúpula de Líderes que antecede a COP30, realizada em Belém (PA). Segundo o petista, “não existe solução para o planeta fora do multilateralismo”, destacando que a resposta à crise climática deve envolver todas as nações de forma conjunta.

Durante a abertura da sessão que celebrou os 10 anos do Acordo de Paris, Lula voltou a cobrar mudanças nas instituições internacionais, especialmente no sentido de ampliar o financiamento climático. “É crucial definir metodologias melhores para contabilizar o financiamento climático. O comércio internacional requer regras ambientais que sejam equitativas e decididas coletivamente. Os bancos multilaterais precisam ser maiores, melhores e mais eficazes”, afirmou.

O presidente também reforçou a proposta de criação de um Conselho do Clima, já apresentada ao G20 e à ONU, e ressaltou que a tributação de multinacionais e super-ricos é essencial para custear a transição verde. “Sem incluir o capital privado, a conta não fechará. A maior parte da riqueza mundial gerada nas últimas quatro décadas foi apropriada por indivíduos ou empresas. É legítimo exigir dessas pessoas uma maior contribuição”, disse.

Lula citou ainda que um indivíduo do 0,1% mais rico do planeta emite, em apenas um dia, mais carbono do que metade da população mundial em um ano inteiro. Para ele, a criação de um imposto mínimo global sobre corporações e grandes fortunas pode gerar recursos fundamentais para o enfrentamento da crise climática e para o cumprimento das metas ambientais.