
Trump tira Estados Unidos da Unesco, diz departamento de Estado
País alega que permanência na agência não atende aos interesses nacionais

Os Estados Unidos formalizaram nesta terça-feira (22) sua retirada da Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco), alegando que a continuidade na agência não corresponde aos interesses nacionais.
Em comunicado, a porta-voz do Departamento de Estado, Tammy Bruce, afirmou que “a Unesco promove causas sociais e culturais conflitantes e mantém um foco desproporcional nos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável da ONU, uma agenda globalista e ideológica que diverge da política externa ‘América em Primeiro Lugar’”.
Fundada após a Segunda Guerra Mundial para promover a paz por meio da cooperação internacional em educação, ciência e cultura, a Unesco tem sua sede em Paris e é responsável, entre outras funções, por designar locais de Patrimônio Mundial, como o Grand Canyon (EUA) e a antiga cidade de Palmira (Síria).
Esta é a segunda vez que os EUA se retiram da agência. A primeira ocorreu em 1984, motivada por críticas à má gestão financeira e alegado viés antiamericano, com retorno em 2003 após reformas. Atualmente, os EUA contribuem com cerca de 8% do orçamento da Unesco, valor inferior aos aproximadamente 20% antes da primeira retirada.
A decisão integra um movimento mais amplo do governo Trump, que também retirou o país da Organização Mundial da Saúde (OMS), do Conselho de Direitos Humanos da ONU, do acordo climático de Paris e suspendeu o financiamento à UNRWA, agência da ONU para refugiados palestinos. Com a volta do ex-presidente ao poder, as ações refletem uma revisão da participação americana em organismos internacionais, com conclusão prevista para agosto.