 
ACM Neto quer coligação com cinco partidos e critica distribuição de cargos em secretarias por Jerônimo
 
O vice-presidente nacional do União Brasil e ex-prefeito de Salvador, ACM Neto, afirmou que pretende formar uma coligação mais enxuta para as eleições de 2026, composta por cinco ou, no máximo, seis partidos. Segundo ele, União Brasil, PP, PSDB, PL e Republicanos formaram a base da articulação da oposição ao governo Jerônimo Rodrigues (PT) na Bahia.
A declaração foi dada na segunda-feira (28), durante entrevista ao programa Prisma, do Bahia Notícias, quando Neto também avaliou os erros da campanha de 2022 e fez críticas ao modelo de distribuição de cargos praticado pela atual gestão estadual.
“Então a oposição só vai ganhar em 2026 se o povo quiser, se houver um sentimento de mudança maior do que o de continuidade. Se a eleição ela for determinada pela máquina, aí é claro, a eleição é do governo, não há mistério nisso”, afirmou o ex-prefeito.
ACM Neto destacou que a experiência de 2022 mostrou a necessidade de enxugar a coligação. Na época, ele reuniu 13 partidos, o que, segundo ele, prejudicou a coesão da candidatura. Agora, o foco será na eficiência política e eleitoral. “A gente começou a inventar candidato aqui e acolá pessoas que não tinham densidade eleitoral. Hoje, o meu desejo é montar uma equação com cinco, talvez seis partidos políticos, e está tudo certo. E está tudo certo.”
Ele explicou que a união desses cinco partidos garantiria uma estrutura competitiva frente ao PT, com mais tempo de TV e recursos de campanha.
“Existe uma base de partida nossa, de construção, que é a nossa, vamos chamar, fortaleza, que é o que me importa tentar organizar. União, PP, que é a federação, PSDB, Republicanos e PL. Essa daqui, esses cinco partidos, são a nossa base de partida. Se esses cinco partidos estiverem juntos em torno de uma única candidatura, esse candidato já vai ter mais tempo de televisão do que o PT”, disse Neto.
Neto também fez críticas ao modelo atual de governo, ao classificar como excessivo o loteamento de secretarias entre aliados. “Tem que ser como eu fiz em Salvador, buscar os melhores, trabalhar com os melhores, pensar no melhor resultado para o Estado, conversar claramente com os políticos”.
ACM Neto também reforçou que, caso aceite disputar o governo da Bahia em 2026, não abrirá mão de critérios técnicos para a escolha de titulares de secretarias estratégicas. “Eu jamais vou aceitar negociar a Secretaria de Segurança Pública, de Administração Penitenciária, de Agricultura, de Turismo, de Indústria e Comércio, de Saúde, de Educação, da Fazenda. Tem que ser os melhores. Os partidos vão ter os seus espaços, tem áreas que podem ser discutidas, mas tem áreas que são vitais para a Bahia e que vão ter que ser ocupadas pelos melhores”, afirmou Neto.
Para Neto, caso a população deseje mudança, ele está disposto a disputar. Mas, se prevalecer a força da estrutura governista, reconhece que a vitória ficará com o atual grupo. “Se os baianos entenderem que a Bahia precisa disso, estou dentro. Se não, se for o sistema que está aí, eles ganham eleição. É simples assim. Por isso é que eu não fico com dor de barriga e nem preocupado quando a gente vê esse assédio em cima de prefeitos, de partidos, de deputados. Isso é do jogo. Ao contrário, eu acho que a gente, para uma candidatura de oposição, tem até demais”, concluiu o ex-prefeito.

 
 
