
Adolfo Menezes admite que manteve candidatura na Alba por apoio de Jerônimo, Rui e Wagner

O agora ex-presidente da Assembleia Legislativa da Bahia (Alba), Adolfo Menezes (PSD), revelou em entrevista que, apesar dos riscos de ser afastado do cargo, levou sua candidatura adiante porque contava com o apoio das principais lideranças do governo estadual. Segundo ele, a decisão foi impulsionada pelo desejo do governador Jerônimo Rodrigues, do senador Jaques Wagner e do ministro da Casa Civil, Rui Costa.
A declaração foi dada na sua primeira sessão da Alba, na última terça-feira (11), ao Política Livre, após o Supremo Tribunal Federal (STF), votar, por unanimidade, pelo afastamento definitivo de Menezes do comando da Casa. Ele admitiu que já esperava o desfecho, mas se surpreendeu com a rapidez do processo.
“De fato foi muito rápido, e isso surpreendeu a todos. Mas eu já tinha prevenido minhas lideranças, todos os parceiros estavam acompanhando minhas declarações pela imprensa”, afirmou.
Ao comentar sobre a ação que resultou em sua saída da presidência, movida pelo deputado Hilton Coelho (PSOL), Adolfo Menezes criticou o partido, classificando-o como “radical”.
“Eu não estou magoado com ninguém. Eu acredito que quem tem que estar magoado é o deputado Hilton, por quê? Porque se eu convivesse durante anos com 63 colegas e nenhum em votação secreta me desse o seu apoio, com certeza absoluta, eu estaria muito decepcionado e muito triste, porque eu não merecer um voto de nenhum colega numa votação secreta (…). Eu entendo o posicionamento do partido dele, a bandeira política dele é o radicalismo, tanto é que só tem um representante aqui na Casa”, alfinetou, Menezes referindo-se ao fato de Hilton Coelho ser o único parlamentar do PSOL na Casa.
Sobre uma possível indicação para o Tribunal de Contas do Estado (TCE) ou Tribunal de Contas dos Municípios (TCM), Adolfo Menezes afirmou que, por enquanto, “não há nenhuma conversa concreta”, mas que, se surgir uma proposta, analisará a possibilidade.