Aliados de Lula apostam em investigação da PF para reduzir dano eleitoral com crise do INSS

A crise envolvendo descontos indevidos em benefícios do INSS levantou um alerta no Palácio do Planalto. Com receio dos impactos eleitorais negativos, aliados do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) avaliam que o governo precisa agir para evitar danos à imagem do chefe do Executivo, especialmente para candidatura à reeleição em 2026.

Nos bastidores, auxiliares do presidente acreditam que a investigação em curso da Polícia Federal e a devolução dos valores a aposentados e pensionistas afetados podem conter o desgaste. De acordo com a Folha de S.Paulo, a aposta é que, ao mostrar que tomou providências efetivas para combater as fraudes, o governo consiga se blindar politicamente e esvaziar a pressão por uma CPMI no Congresso.

Além disso, parlamentares governistas afirmam que o discurso do arcabouço legal que facilitou os descontos ilegais foi criado durante a gestão do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), incluindo uma instrução normativa que, segundo eles, abriu brechas para abusos em contratos de consignado.

Apesar dessa estratégia, aliados reconhecem que a crise causou prejuízo à recuperação da popularidade do governo, segundo apontam pesquisas internas. Vídeos de opositores, como o deputado Nikolas Ferreira (PL-MG), têm viralizado nas redes sociais, atribuindo omissão ao atual governo.

A oposição já conseguiu reunir assinaturas suficientes para instalar uma CPMI. A decisão agora depende do presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União Brasil-AP).