Política
Vittor Amorim
05 de Agosto, 2025
Após denúncia, Eliete Paraguassu não fala sobre acusação e utiliza termo “capitão de mato” ao se referir a vereador
Política
Vittor Amorim
05 de Agosto, 2025
Após ser alvo de uma denúncia feita em plenário da Câmara Municipal de Salvador, pelo vereador Sandro Filho (PP), a vereadora Eliete Paraguassu (PSOL) preferiu não responder diretamente às acusações. Em discurso nesta terça-feira (5), ela reafirmou o compromisso com o que chama de “mandato das águas” e o combate ao racismo ambiental.
Durante a sessão, Sandro acusou a vereadora de estar por trás de uma obra supostamente irregular na região de Porto dos Cavalos, que, segundo ele, pode violar normas ambientais.
Sem mencionar diretamente a denúncia, Eliete usou a tribuna para defender sua atuação política e criticar o avanço de grandes empreendimentos em áreas ambientais. “Quero reafirmar o compromisso do Mandato Popular das Águas de defesa dos manguezais contra o racismo ambiental”, declarou.
A vereadora também disse que, desde que chegou à Câmara, vem convidando colegas e o presidente da Casa, Carlos Muniz (PSBD), para visitar comunidades no entorno da Baía de Todos-os-Santos. Segundo ela, essas áreas estão sendo degradadas por grandes empresários que atuam com liberdade nas regiões costeiras e insulares de Salvador.
“Ali tem uma exploração pesada pela refinaria Landulpho Alves. A Ilha de Maré tem 21 postos de petróleo, e aquela região está sendo suprimida para dar lugar ao grande capital”, afirmou a vereadora.
Ao final de sua fala, Eliete fez críticas indiretas ao vereador Sandro Filho, comparando sua postura à de “capitães do mato”, termo usado para designar negros que colaboravam com a repressão contra escravizados.
“Ainda existem os capitãos do mato, que ainda cumprem o papel vergonhoso, humilhante, nessa cidade, que a gente se depara no século 21, com o capitão do mato, dentro aqui de espaços que não deveriam estar, e fica aqui defendendo pessoas que nunca teve acesso, que nunca conhece, infelizmente cumpre esse papel ridículo, de fazer esse papel, de ir há muitos tempos atrás, quando tinha um negro capitão do mato, que ainda fazia a mesma coisa com os seus outros, com os seus outros semelhantes a você”, disse a vereadora sem citar nomes.
