Autoescolas protestam em Camaçari contra fim de aulas obrigatórias para CNH

Redação 09 de Outubro, 2025

Autoescolas protestam em Camaçari contra fim de aulas obrigatórias para CNH

Donos e representantes de autoescolas protestaram nesta quinta-feira (9), em frente à fábrica BYD, em Camaçari, inaugurada com a presença do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). O grupo criticou a proposta do governo federal que propõe o fim da obrigatoriedade de frequentar aulas em autoescolas para a obtenção da Carteira Nacional de Habilitação (CNH).

A mudança faz parte de uma série de alterações no processo de obtenção da CNH, com o objetivo de baratear o acesso ao documento, especialmente nas categorias A (motocicletas) e B (veículos de passeio). Apesar da flexibilização das aulas, os exames teórico e prático permaneceriam obrigatórios.

A diretora do Sindicato dos Funcionários de Autoescola, Suzana Barreto, ressaltou que a categoria foi surpreendida pela proposta de fim da obrigatoriedade das aulas. Ela alertou que a medida pode ameaçar milhares de empregos em todo o país.

“Fomos pegos de surpresa com essa notícia e viemos aqui porque o presidente Lula está em Camaçari. Queremos que ele sente para dialogar conosco, com uma categoria que pode simplesmente desaparecer do mercado de trabalho. Sem obrigatoriedade, não vai ter aluno. E sem aluno, não vai ter trabalhador”, disse Barreto ao Bnews.

Na última quinta-feira (2), o Ministério dos Transportes abriu uma consulta pública sobre o tema na plataforma Participa + Brasil. A minuta do projeto ficará disponível por 30 dias para sugestões e contribuições da população antes de ser encaminhada ao Conselho Nacional de Trânsito (Contran) para análise.

“São esses exames que atestam se o condutor está devidamente capacitado para dirigir. O objetivo é modernizar o sistema atual, garantindo mais liberdade e economia aos futuros motoristas, sem abrir mão das exigências de segurança viária”, diz a pasta.

Segundo a pasta, a proposta visa ampliar o acesso à CNH e reduzir o número de motoristas não habilitados, que atualmente chega a 20 milhões de brasileiros dirigindo carros e motos sem carteira. “Além disso, ao tornar a CNH mais acessível, mais cidadãos deixarão de dirigir sem habilitação, contribuindo para um trânsito mais regularizado e seguro”, afirma o ministério.