Ciro Gomes é alvo de pedido de prisão preventiva por violência política de gênero

A Advocacia do Senado protocolou um pedido de prisão preventiva contra o ex-ministro Ciro Gomes (PDT), acusado de violência política de gênero contra a ex-senadora e atual prefeita de Crateús (CE), Janaína Farias (PT). O pedido foi apresentado no âmbito de uma ação penal eleitoral movida pelo Ministério Público Eleitoral.

O caso teve início em abril de 2023, quando Janaína assumiu temporariamente a vaga do atual ministro da Educação, Camilo Santana, no Senado.

Na época, Ciro fez declarações ofensivas, chamando-a de “assessora para assuntos de cama” e “cortesã”. Em maio deste ano, o pedetista foi condenado pelo Tribunal de Justiça do Distrito Federal e dos Territórios (TJ-DFT) a pagar R$ 52 mil de indenização por danos morais.

Mesmo após a condenação, o ex-ministro voltou a mencionar a prefeita em entrevistas recentes, o que motivou o novo pedido. Em agosto, ele acusou Janaína de “recrutar moças pobres” para favorecimento político do ministro Camilo Santana. 

A Advocacia do Senado entende que houve reincidência, além de risco à integridade da prefeita, e pede medidas restritivas caso a prisão não seja decretada. Entre elas, estão a proibição de contato com Janaína, impedimento de novas ofensas e distância mínima de 500 metros.

A defesa de Ciro Gomes informou ao Estadão que vai contestar o pedido e nega a acusação de violência política de gênero. O advogado Walber Agra afirma que a medida busca “criminalizar um discurso nitidamente político” e “impedir o direito de expressão” do ex-ministro.