CPI do Crime Organizado vai investigar infiltração de facções em setores legais da economia
A CPI do Crime Organizado, instalada nesta terça-feira (4), no Senado, aprovou o plano de trabalho apresentado pelo relator Alessandro Vieira (MDB-SE). O documento estabelece nove diretrizes que vão orientar as investigações sobre a atuação das facções criminosas no país.
Durante a sessão, o senador destacou que a comissão pretende dar “atenção especial” à infiltração do crime organizado em mercados legais, apontando que grupos criminosos têm usado empresas de fachada e estruturas empresariais para lavagem de dinheiro e disfarce de atividades ilícitas.
“A penetração do crime em setores econômicos lícitos envolve diversos atores, como contadores, advogados, bem como a criação de empresas de fachada para a lavagem de dinheiro. Essa roupagem empresarial que algumas facções criminosas vêm adotando, notadamente o Primeiro Comando da Capital (PCC), exigirá novos e mais rigorosos mecanismos de controle, fiscalização e combate”, disse o relator.
Ex-delegado de polícia, Vieira ressaltou que as políticas atuais de prevenção e repressão não são suficientes para conter o avanço de facções e milícias no país. Ele defendeu que a CPI produza um diagnóstico amplo sobre a estrutura e o financiamento do crime organizado, propondo medidas efetivas para o enfrentamento do problema.