
Fernando Batalha rebate declaração de Alexandre Aleluia sobre candidatura do pai: “Não tem apoio dos filiados”

O ex-secretário nacional de Juventude e ex-dirigente estadual do partido Novo, Fernando Batalha, rebateu nesta terça-feira (26), a declaração do vereador de Salvador, Alexandre Aleluia (PL), que defendeu apoio do seu partido à pré-candidatura do ex-deputado federal José Carlos Aleluia ao governo da Bahia pelo Novo. Em entrevista ao Se Ligue Bahia, Batalha afirmou que José Carlos não teria condições de ser aprovado em um processo seletivo da legenda.
“Quando eu vi a declaração do vereador Alexandre Aleluia pedindo que o PL apoie a candidatura do pai dele pelo NOVO, a primeira coisa que pensei foi: no NOVO existe processo seletivo para ser candidato — e José Carlos Aleluia jamais seria aprovado no processo seletivo do partido”, disse Batalha.
O ex-dirigente falou durante a entrevista sobre uma reunião com o diretório estadual do partido e afirmou que o ex-deputado chegou a impor condições para ingressar na legenda. “O próprio Aleluia deixou claro que só entraria no partido se tivesse o controle total. Exigiu comando absoluto, como se o NOVO fosse propriedade de família”, disse.
Para o ex-secretário, a defesa do vereador em favor do pai evidencia contradições políticas. “O mais irônico é ver agora seu filho pedindo apoio do PL, quando o pai não tem nem o apoio dos próprios filiados do NOVO. Se ele não consegue conquistar a confiança interna, como quer ser levado a sério pedindo apoio de fora? Isso mostra a fragilidade da sua liderança e o isolamento político em que se encontra”, alertou.
Batalha destacou ainda que a possível candidatura de José Carlos Aleluia pelo Novo não simbolizaria inovação na política estadual. “A verdade é simples: Aleluia não representa renovação, nem mudança. Representa o que há de mais ultrapassado na política baiana. Se um dia ele vier a ser candidato pelo NOVO, não será um marco de esperança, será a missa de corpo presente, e o corpo será o próprio NOVO”, disparou.
Apesar das divergências, Fernando Batalha afirmou que segue no partido. “Sigo filiado no partido, pretendo apoiar candidaturas sérias que busquem renovação na política e compromisso com a melhoria da vida do povo baiano”, pontuou.
Questionado sobre sua saída do diretório estadual, Batalha disse que foi alvo de uma articulação interna. “Foi uma movimentação política, Aleluia queria controlar o diretório da Bahia e no NOVO, historicamente, existia a separação de dirigente e mandatário. O diretório nacional queria ceder para Aleluia e o diretório estadual não concordou com isso, pois fere o estatuto do partido e os seus princípios. Por não concordar com isso, o diretório estadual foi dissolvido”, relatou.
A fala de Alexandre Aleluia
Na declaração que motivou a reação, Alexandre Aleluia afirmou que José Carlos Aleluia reúne as condições para representar o eleitorado conservador no estado, desde que o ex-ministro João Roma (PL) retire sua pré-candidatura. “Não sei se João Roma é ainda pré-candidato ao governo, mas se ele retirar a sua pré-candidatura, o PL poderia apoiar a pré-candidatura de Aleluia. Ele representa com legitimidade o eleitor conservador e de direita na Bahia”, defendeu.