Foragido da PF por fraudes no INSS estaria escondido em aldeia indígena na Bahia
Procurado pela Polícia Federal por chefiar um esquema que desviou milhões em aposentadorias, o presidente da Conafer, Carlos Lopes, estaria escondido em uma aldeia indígena no sul da Bahia. Ele é alvo de mandado de prisão preventiva desde a última segunda-feira (17), mas não foi localizado durante a operação.
Lopes é apontado pela PF como um dos líderes da fraude que desviou ao menos R$ 640 milhões de aposentadorias de associados da Confederação Nacional dos Agricultores Familiares e Empreendedores Rurais, revelada pelo portal Metrópoles. A nova fase da ‘Operação Sem Desconto’ previa dez prisões, porém o dirigente não foi encontrado.
A defesa nega que ele esteja foragido, em nota enviada à imprensa, os advogados afirmaram que o presidente da Conafer está “em viagem em área de difícil acesso” e que deverá se apresentar “quando tiver acesso aos autos”.
Nascido em Brasília e autodeclarado indígena tapuia, Lopes afirma residir na Terra Indígena Caramuru-Paraguassu, área que abrange regiões de Camacan, Itaju do Colônia e Pau Brasil, a cerca de 100 km de Ilhéus. Ele também possui fazendas em Minas Gerais, segundo as investigações.
A PF afirma que o dirigente teria papel central no esquema de descontos indevidos que atingiu mais de 600 mil aposentados em todo o país. As apurações indicam que, por meio de fazendas e empresas ligadas à Conafer, cerca de 90% do valor arrecadado com os descontos ilegais foi desviado.
Lopes depôs na CPMI do INSS no dia 29 de setembro. No dia seguinte, foi preso em flagrante por falso testemunho a pedido da comissão, mas pagou fiança de R$ 5 mil e, desde então, não voltou a ser localizado. As buscas da Polícia Federal continuam.