
“Governo queria pouca visibilidade, mas terá desgastes”, diz presidente da CPI do INSS

O senador Carlos Viana (Podemos-MG), presidente da CPI do INSS, afirmou nesta quarta-feira (27), que os desgastes para o Palácio do Planalto serão inevitáveis ao longo da comissão, que investiga fraudes no Instituto Nacional do Seguro Social.
“Eles queriam uma CPI com pouca visibilidade e transparência. A população já dizia que a CPI não daria em nada. Queremos uma investigação séria. Os desgastes para o governo surgirão. Foi no governo Lula que o escândalo foi descoberto. Mas também teremos desgastes para o governo Bolsonaro”, afirmou Viana em entrevista ao jornal O Globo.
O parlamentar disse ainda que a condução da comissão será pautada pelos fatos, sem motivações políticas. “Começamos bem, com consenso nos requerimentos e no plano de trabalho. Na quinta-feira ouviremos os primeiros funcionários do INSS, e na segunda que vem o advogado que fez as denúncias”, disse.
Viana comentou também sobre a possível convocação de Frei Chico, irmão do presidente Lula e vice-presidente de um sindicato, caso haja comprovação de envolvimento nas fraudes.
“Eu e o relator temos uma definição de que só convocaremos quem estiver ligado a fatos. Se tivermos a comprovação de que ele tem qualquer envolvimento com fraudes, será convocado e pouco importa se é irmão do presidente. Mas não faremos isso por motivação política, para agradar a oposição”, disse Viana.
O senador também anunciou que terá uma reunião com o ministro André Mendonça, relator no STF do caso do INSS, para solicitar acesso aos inquéritos em andamento na Polícia Federal.