Haddad diz que sanção dos EUA a Moraes é resultado de desinformação sobre democracia brasileira

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, classificou nesta quinta-feira (31), como fruto de “má informação” a sanção imposta pelos Estados Unidos ao ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF). A declaração foi feita após a medida ser oficializada com base na Lei Magnitsky, que permite punições a estrangeiros acusados de graves violações de direitos humanos.

Haddad afirmou que o Brasil é signatário de todos os tratados internacionais de proteção aos direitos humanos e destacou a independência do Judiciário brasileiro. 

“Temos instituições sólidas e respeitamos os acordos internacionais. O que está acontecendo é reflexo de uma percepção equivocada da realidade brasileira”, disse o ministro ao Estadão.

Haddad ressaltou que o governo brasileiro tem se queixado da influência política nas relações com os EUA, especialmente após uma comitiva de senadores evitar divulgar compromissos oficiais em solo americano, com receio de retaliações por parte de aliados do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). 

Além da sanção a Moraes, Haddad comentou sobre a tarifa de 50% sancionada pelo presidente Donald Trump sobre produtos brasileiros. Embora quase 700 itens tenham ficado de fora da medida, o ministro avaliou que o impacto ainda preocupa. 

“Nada do que foi decidido ontem é irreversível. Estamos abertos ao diálogo técnico e queremos discutir tudo de forma construtiva”, afirmou.

Uma nova reunião entre Haddad e o secretário do Tesouro dos EUA, Scott Bessent, está prevista para os próximos dias.