Janja diz que falta de gabinete de primeira-dama reflete “machismo”
A primeira-dama comentou sobre a necessidade de arcar com os custos de produções, como cartas e cartões, com recursos próprios
A primeira-dama Janja Silva afirmou que considera “machismo” a falta de um gabinete formal, destacando que, em outros países como Estados Unidos, México e Paraguai, as primeiras-damas têm estruturas dedicadas a suas funções. Em entrevista à CNN, transmitida neste domingo (17), Janja comentou sobre a necessidade de arcar com os custos de produções, como cartas e cartões, com recursos próprios, uma vez que não conta com um gabinete oficial.
“A primeira-dama dos Estados Unidos tem um gabinete e outras diversas primeiras-damas têm. Ontem mesmo, recebi uma carta da primeira-dama do Paraguai que, por um problema de saúde, não pode estar no G20 com a gente e (foi enviado) da oficina da primeira-dama. Quer dizer, do gabinete da primeira-dama. Eu não posso nem colocar isso no papel. Se eu quiser produzir alguma coisa, uma carta, alguma coisa, eu pago do meu bolso e isso ninguém sabe. Eu pago do meu bolso a produção das coisas. Cartão, tudo é do meu bolso que eu pago, porque eu não tenho nada disso. As roupas que eu uso, tudo. Tudo, tudo, tudo sai dali”, afirmou.
Em 2023, Janja já havia levantado uma questão semelhante, argumentando que a falta de estrutura oficial para a primeira-dama reflete desigualdade de gênero. Ela citou, ainda, uma experiência que teve ao visitar a Casa Branca, onde a cozinha foi o ponto de partida do tour, ressaltando que o gesto também reflete as expectativas sociais sobre o papel das mulheres.
Além disso, a primeira-dama se manifestou a favor da regulação das redes sociais, afirmando que “o mundo digital não pode ser um mundo sem regras”. Ela negou que essa regulação signifique censura e criticou a proliferação de desinformação, especialmente em plataformas como o X (antigo Twitter), de Elon Musk. A situação gerou uma troca de farpas, quando Janja, após ser interrompida por uma buzina de navio, comentou em tom irônico que o som poderia ser de Musk, e afirmou não ter medo dele.
Em outro ponto da entrevista, Janja disse que não tem interesse em seguir uma carreira política, destacando que seu foco está em viver diversas experiências ao lado de seu marido, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Ela também se posicionou em relação à taxação de bilionários, como Musk, defendendo que super-ricos devem contribuir mais para o desenvolvimento global.