
Jerônimo repete Bolsonaro e usa TVE, durante BaVi, para autopromoção

O governador da Bahia, Jerônimo Rodrigues (PT), surpreendeu ao aparecer no intervalo da final do Campeonato Baiano, entre Bahia e Vitória, neste domingo (23), na TVE. Acompanhado do filho, ele assistiu ao jogo direto dos estúdios da emissora e comentou sobre os investimentos do governo na transmissão dos jogos do estadual. Durante a participação, Jerônimo chegou a brincar sobre sua presença no programa: “Hoje estou na posição de comentador (sic) de futebol”.
A aparição repete um ato semelhante ao do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), que, durante jogos da Seleção Brasileira, era comumente mencionado nas transmissões. A prática fere o princípio da impessoalidade na administração pública.
O advogado Pedro Sales, mestre em direito administrativo pela Universidade de Lisboa, em entrevista ao Se Ligue Bahia, apontou que a presença de Jerônimo pode ser interpretada como violação do direito administrativo.
“De fato, a aparição do governador da Bahia na TVE durante o intervalo de um jogo de ampla audiência pode levantar questões relevantes do ponto de vista jurídico. Eu acho que não foi de bom tom, é óbvio que era melhor evitar, até por causa das reflexões e comentários. Agora, o que pode ser dito é que, em tese, esse tipo de comportamento pode configurar violação aos princípios de direito à administrativo, principalmente a impessoalidade, moralidade e publicidade”, disse o advogado.
Durante a participação na TVE, o governador falou sobre a estrutura da emissora e o papel do Estado na valorização do futebol baiano. “Olha, primeiro dizer que eu nunca tinha assistido a um jogo aqui no estúdio. Já passei nos estúdios, no Barradão, na Fonte Nova, mas aqui é a primeira vez. E sei o quanto de equipe é envolvida, para que a imagem chegue boa, com som bom, com uma transmissão boa. Muita gente atrás das câmeras, nos estúdios. É um investimento que a gente faz, para que a TVE possa liderar nesse momento”, disse o governador.
O Se Ligue Bahia buscou a TVE para pedir esclarecimentos, mas, até a publicação desta matéria, não foi respondido. O espaço segue aberto para manifestações.