
Kim Kataguiri critica PEC da blindagem e alerta sobre votação secreta: “dá vontade de desistir”

O deputado federal Kim Kataguiri (União Brasil-SP), que votou contra a chamada PEC da blindagem, afirmou nesta terça-feira (16) que o texto aprovado em primeiro turno na Câmara dos Deputados dificulta a abertura de processos criminais contra parlamentares. Segundo ele, a proposta exige que qualquer investigação contra deputados e senadores seja autorizada previamente pelo plenário em votação secreta.
“Olha, esse é um dia que dá vontade de desistir. Eu acabei de chegar da Câmara, votamos a PEC da blindagem, votei contra. O texto diz que, se um deputado matar, estuprar, desviar dinheiro público ou for traficante, para começar um processo criminal contra ele precisa de uma votação secreta na Câmara. Você nem vai saber se seu deputado votou para prender ou para soltar o criminoso”, disse o deputado.
Para o parlamentar, a PEC cria brechas que podem ser exploradas por pessoas ligadas a organizações criminosas, permitindo que disputem eleições e, com o apoio secreto de colegas, evitem processos penais.
“Essa PEC institucionaliza a bandidagem. Alguém do PCC, por exemplo, poderia disputar eleição e, com o voto secreto dos colegas, nunca teria um processo criminal. É desesperador ver gente aplaudindo isso, deputados defendendo a medida com orgulho e eleitores achando correto blindar o centrão de escândalos de corrupção com esse discurso vazio”, criticou Kataguiri.
A proposta determina que o Supremo Tribunal Federal (STF) só pode abrir ação penal contra parlamentares com autorização prévia da Câmara e do Senado, em votação sigilosa, o que tem gerado críticas de deputados de oposição e repercussão nas redes sociais.