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Redação 01 de Setembro, 2025
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Líder quilombola denuncia ex-marido de Eliete Paraguassu por agressão e transfobia em Ilha de Maré

Política
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Redação 01 de Setembro, 2025

A representante da associação quilombola de moradores, marisqueiras e pescadores de Ilha de Maré, Luana do Brasil Pinto, denunciou o ex-marido da vereadora de Salvador, Eliete Paraguassu (Psol), por agressão verbal e transfobia. A acusação foi feita em vídeo publicado nas redes sociais no domingo (31), no qual a líder comunitária relatou ter sido vítima de agressões verbais na porta de sua casa.

“Eu estava dentro da minha residência quando o ex-marido da vereadora, acompanhado do filho dela, veio até a minha porta e me agrediu verbalmente, com palavras de baixo calão e homofobia contra a minha pessoa. Eu sou uma mulher transexual, retificada desde 2020, e não aguento mais sofrer ataques dentro da minha própria casa”, desabafou Luana.

Durante o embate registrado em vídeo, o homem teria se referido à líder quilombola pelo pronome masculino e afirmado que ela “se passava por mulher”. Luana rebateu: “Se você não me respeita como mulher, não posso lhe respeitar como homem. Se não sabe respeitar uma mulher trans, você vai aprender a respeitar”.

Luana também demonstrou preocupação com sua segurança: “Eu não sei qual era a intenção deles, se era invadir a minha casa, ou o que era, porque dois homens se dirigiram até a minha residência para cometer o que cometeram. Pelo amor de Deus, eu estou pedindo ajuda. O que eu estou passando, eu não desejo a ninguém. Respeitem o meu direito de existir. Quantas tombaram por aí? Será que eu serei a próxima?”

O Grupo Gay da Bahia (GGB) divulgou uma nota de repúdio, classificando o caso como um grave ato de transfobia. A entidade destacou que, desde 2019, o Supremo Tribunal Federal (STF) equipara crimes de homofobia e transfobia ao racismo, tornando-os inafiançáveis e imprescritíveis.

“É imperativo que as autoridades competentes conduzam uma investigação rigorosa, imparcial e ágil sobre o ocorrido. Atos de transfobia não podem prevalecer impunes. A lei é clara e precisa: não há espaço para a transfobia em nosso país.Diante da gravidade dos fatos narrados, tornamos público nosso apelo e exigência para que as autoridades competentes conduzam uma investigação rigorosa, imparcial e ágil sobre o ocorrido”, diz a nota do GGB.

Nesta segunda-feira (1º), a representante registrou duas denúncias de transfobia na Polícia Civil da Bahia.

Esta não é a primeira vez que Luana e Eliete Paraguassu se enfrentam. No último dia 11 de agosto, a líder quilombola já havia denunciado a vereadora na Câmara Municipal de Salvador, acusando-a de perseguição, homofobia e irregularidades administrativas em comunidades de Ilha de Maré. Na ocasião, Luana chegou a relatar que Eliete teria negado vacinas para quilombolas durante a pandemia.

O Se Ligue Bahia entrou em contato com a vereadora Eliete Paraguassu para comentar as denúncias, mas não obteve retorno até a publicação desta matéria.